"Impacto da pandemia é distinto". Mulheres estão a ser "mais afetadas"

Mariana Vieira da Silva entende que é necessário definir uma estratégia para "corrigir este tipo de desigualdades", uma vez que a "crise fica na vida das pessoas". A igualdade de género e os impactos socioeconómicos da Covid-19 vão estar hoje em discussão num seminário europeu.

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Notícias ao Minuto
05/03/2021 08:14 ‧ 05/03/2021 por Notícias ao Minuto

Economia

Mariana Vieira da Silva

A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, referiu, esta sexta-feira, que o impacto da pandemia é desigual nos homens e nas mulheres, sendo que estas saem mais prejudicadas. Hoje será feito um balanço do primeiro ano da Estratégia Europeia para a Igualdade de Género 2020-2025, iniciativa na qual a governante vai participar.

A sessão terá por base a apresentação e discussão dos resultados da nota de pesquisa elaborada pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE) para a Presidência Portuguesa sobre a igualdade de género e os impactos socioeconómicos da Covid-19.

Em declarações esta manhã à RTP, a ministra Mariana Vieira da Silva adiantou que o "estudo concluiu que o impacto da pandemia é distinto nas mulheres e nos homens. É distinto no emprego, por exemplo, nas horas trabalhadas, e isso tem repercussão nos salários e mais tarde nas pensões", sustentou.

As mulheres estão a ser "mais afetadas" pela pandemia do que os homens, num contexto em que a pandemia teve impacto de forma transversal na economia.

Mariana Vieira da Silva lembrou que há uma estratégia europeia para discutir esta temática. "É preciso definir uma estratégia para corrigir este tipo de desigualdades. Sabemos que uma crise não dura apenas o tempo que dura, a crise fica na vida das pessoas", adiantou.

"Temos de começar a desenhar as políticas para sairmos desta situação em função dos dados concretos e hoje falamos deste dado de que as mulheres saem com mais peso ainda, face ao que já tinham, desta pandemia", disse a ministra da Presidência.

A sessão de hoje, intitulada por 'Igualdade de género como fator de recuperação', organizada pela Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia e o EIGE, contará também com uma intervenção da Comissária Europeia para a Igualdade, Helena Dalli.

Por fim, Mariana Vieira da Silva lembrou que o Governo tem vindo a tomar medidas no sentido de proteger estas situações de desigualdade, recordando o apoio à família a 100% no caso da guarda partilhada, a propósito do encerramento das escolas.

Mulheres portuguesas trabalham mais uma hora e 13 minutos que os homens

As mulheres portuguesas trabalham em cada dia útil mais uma hora e 13 minutos do que os homens, entre trabalho pago e não pago, continuando a ter maior dificuldade em conciliar a profissão com a vida familiar e pessoal.

Segundo a análise, feita com base em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Eurostat, 78% das mulheres trabalhadoras fazem pelo menos uma hora de trabalho doméstico por dia, enquanto apenas 19% dos homens o fazem.

Leia Também: CGTP alerta para desigualdade e promove cerca de mil iniciativas

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