Economia crescerá 4% este ano, promete Leão. Taxa de desemprego nos 7,3%
O Governo entrega hoje na Assembleia da República (AR) o Programa de Estabilidade (PE) 2021/2025, cujas previsões irão refletir o impacto económico e orçamental da pandemia de covid-19.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
Economia Programa de Estabilidade
A economia portuguesa deverá crescer 4% este ano, valor que significa uma revisão em baixa face à anterior estimativa do Governo (5,4%). Em antecipação à entrega do Programa de Estabilidade (PE), o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, diz que prevê que o crescimento acelere na segunda metade deste ano.
O PE "cria um quadro económico e financeiro e cria as condições para uma forte recuperação económica e social para enfrentar os principais desafios deixados pela pandemia", começou por dizer o ministro das Finanças, em declarações aos jornalistas.
A economia crescerá 4% este ano e 4,9% em 2022, de acordo com as previsões do ministro das Finanças, esperando que o crescimento acelere com uma "forte recuperação" na segunda metade do ano, com o plano de vacinação a ajudar.
Em relação ao mercado de trabalho, as previsões do Governo apontam pata uma taxa de desemprego de 7,3% em 2021.
Relativamente à dívida pública prevê-se um regresso a níveis pré-pandemia, abaixo dos 120% do PIB, a partir de 2024, de acordo com o ministro das Finanças.
Quanto ao défice, em 2022 o défice vai ser de 3,2% do PIB, acima do limite de 3% definido nas regras orçamentais. Nos anos seguintes, o Governo prevê que fique já abaixo desse limite.
"Não temos de estar preocupados em cumprir, neste momento, uma meta das regras orçamentais", diz Leão, justificando que neste momento a prioridade deve ser o relançamento da economia.
Leão tinha já admitido que as previsões a apresentar esta quinta-feira iriam incluir uma revisão em alta do défice e em baixa do cenário macroeconómico.
O documento só deverá dar entrada na Assembleia da República mais para o final do dia, sabe o Notícias ao Minuto.
Perante a situação económica agravada pela pandemia de covid-19 no primeiro trimestre, o Ministério das Finanças sinalizou, pela primeira vez, em 27 de janeiro, uma possível revisão em baixa do cenário macroeconómico previsto anteriormente, que estimava um crescimento de 5,4% em 2021.
Mais tarde, a 9 de fevereiro, numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) do parlamento, João Leão agravou o discurso, vindo a admitir que o Governo teria de "rever significativamente o cenário macroeconómico para 2021 e de rever em alta o défice orçamental" no PE.
Foi já no final de março, em entrevista à RTP, que João Leão estimou que o défice de 2021 deverá ficar entre 4,5% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB), acima da previsão de 4,3% do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).
Quanto à estimativa do crescimento económico (5,4% no OE2021), será piorada em "mais de um ponto" percentual no PE, disse na mesma ocasião.
O documento que será hoje entregue no parlamento será debatido pelos deputados no dia 29 de abril, e seguirá para a Comissão Europeia, anunciou na semana passada a conferência de líderes parlamentares.
[Notícia atualizada às 13h10]
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