Fundo de Recuperação. Constitucional alemão rejeita providência cautelar

A presidente da Comissão Europeia já se congratulou com a 'luz verde' do Constitucional alemão. O presidente alemão pode assinar a lei que permite à Comissão Europeia emitir dívida.

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Notícias ao Minuto com Lusa
21/04/2021 09:23 ‧ 21/04/2021 por Notícias ao Minuto com Lusa

Economia

UE

O Tribunal Constitucional (TC) alemão rejeitou, esta quarta-feira, os recursos apresentados contra o plano de recuperação pós-covid-19 da UE no valor de 750.000 milhões de euros, dando 'luz verde' para que a Alemanha o ratifique.

O primeiro-ministro, António Costa, reagiu com satisfação a esta decisão, sublinhando que a Alemanha pode agora concluir a tempo e horas a ratificação da decisão.

Em causa está um recurso apresentado pelo grupo 'Bündnis Bürgerwille', em nome de 2.200 cidadãos, "animado" pelo partido de extrema-direita, Alternativa para a Alemanha (AfD), a questionar a sua constitucionalidade, argumentando que o plano viola os tratados europeus ao abrir a porta para empréstimos conjuntos pelos Estados membros.

Numa primeira decisão, o TC tinha ordenado a suspensão do processo de ratificação -- apenas faltava a assinatura do presidente, Frank-Walter Steinmeier -- até ser proferida uma decisão.

Os queixosos argumentaram que os tratados europeus proíbem os Estados-membros da UE de contrair dívidas em conjunto.

O Governo alemão e a Comissão Europeia, por seu lado, invocaram o Artigo 122, que prevê a possibilidade de incorrer em dívidas em caso de catástrofes naturais ou acontecimentos extraordinários num ou mais Estados-membros.

Agora Steinmeier pode assinar a lei e a Alemanha pode atribuir a sua parte ao fundo de reconstrução, embora esteja ainda pendente outra iniciativa de inconstitucionalidade.

Esta iniciativa argumenta que o fundo pode ir contra o princípio constitucional que determina a soberania orçamental do Parlamento alemão.

Na decisão de hoje, o TC alemão decidiu que um primeiro exame não demonstrou uma elevada probabilidade de que tal fosse o caso, embora ainda não haja uma decisão final sobre a matéria.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já se congratulou, através da rede social Twitter, com a decisão do tribunal alemão: 

"Saúdo a decisão de hoje do Tribunal Constitucional Alemão. A UE mantém-se no bom caminho da recuperação económica, após esta pandemia sem precedentes", escreveu  Von der Leyen. 

O fundo europeu de reconstrução será dotado com 750.000 milhões de euros, parte dos quais serão concedidos aos Estados-membros da UE sob a forma de empréstimos e parte sob a forma de subvenções a fundo perdido.

Parte do dinheiro deve ser financiado através da emissão de dívida, que pode começar mesmo sem o fundo ser ratificado pelos 27 países da UE.

O plano, que foi cuidadosamente negociado no verão passado pela UE27, foi concebido para lidar com as consequências económicas da nova pandemia de coronavírus na Europa.

Baseia-se num mecanismo sem precedentes de dívida comum para todos os Estados-membros e parte do dinheiro será pago sob a forma de subvenções (312.500 milhões), especialmente para os países que sofreram o impacto mais pesado.

A Comissão Europeia apelou para uma aceleração deste processo, especialmente porque a pandemia continua em força e continua a atingir a economia europeia, onde a campanha de vacinação está atrasada.

[Notícia atualizada às 11h01]

Leia Também: Espanha atribui parte dos fundos de recuperação à mobilidade elétrica

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