Em declarações à Lusa em Washington, à margem das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, o ministro reconheceu existir "muita incerteza" relativamente ao crescimento económico e àquilo que será a evolução da conjuntura internacional, mas avaliou que o plano orçamental do Governo é compatível com um equilíbrio das contas públicas.
O FMI reviu em baixa as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal este ano, para 2%, face ao que estimava em outubro (2,3%), e abaixo das previsões do Governo.
Na proposta de Orçamento do Estado para 2025, o executivo estima um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,1% em 2025.
Para 2026, o FMI prevê um crescimento de 1,7% do PIB nacional.
"No crescimento económico, o Governo projetou no Orçamento de Estado um crescimento para 2025 de 2,1%. O FMI projeta 2%. Portanto não há aqui uma diferença significativa", disse o governante.
"O que salientaria são as previsões do FMI do ponto de vista orçamental. Nós temos no Orçamento para 2025 um saldo orçamental positivo, um superavit de 0,3%. O FMI estima um superavit para este ano de 0,5% e de 0,1% em 2026, e isso é um sinal de que a política orçamental do Governo tem procurado acudir àquilo que são as necessidades dos serviços públicos, às necessidades daqueles que têm menores rendimentos, nomeadamente pensionistas, também reduzindo impostos, mas mantendo o equilíbrio orçamental", acrescentou.
Para Joaquim Miranda Sarmento, aquilo que estas previsões do FMI mostram é que "esta governação, em que é possível melhorar os serviços públicos e as carreiras da administração pública, reduzir impostos, aumentar os apoios sociais, é compatível com um equilíbrio das contas públicas", "com a manutenção de pequenos excedentes orçamentais e com uma redução sustentada da dívida pública".
Ainda sobre Portugal, o FMI apresentou projeções para a inflação, com os preços ao consumidor a caírem para 1,9% em 2025 e acelerarem para 2,1% em 2026.
Já o desemprego mantém-se em níveis semelhantes, segundo o FMI, apontando uma taxa de 6,4% este ano e de 6,3% em 2026.
Ainda assim, a economia nacional mantém um crescimento acima do previsto para a zona euro, este ano, de 0,8%, com o FMI a estimar que a Alemanha fique estagnada, em 0%.
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