De acordo com uma missiva enviada pelo presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, aos deputados, o objetivo será garantir a autorização parlamentar para aumentar o endividamento externo em 6,2 mil milhões de dólares, o equivalente a 5 mil milhões de euros, podendo parte ou o total deste montante ser utilizado numa emissão de dívida internacional (Eurobonds).
A Nigéria, o maior produtor de petróleo na África subsaariana, enfrenta dificuldades decorrentes da descida do preço do petróleo no ano passado, devido à quebra na procura originada pela pandemia de covid-19.
De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, os prazos e as condições da emissão de dívida vão depender das condições do mercado, explicou o diretor do departamento de gestão da dívida, Patiente Oniha, que adiantou que apesar de ainda ser necessária a aprovação parlamentar, o Governo está já a selecionar os consultores para a operação financeira.
No ano passado, a Nigéria abortou o plano de emissão de 3,3 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) na sequência do encarecimento dos juros, que afastou todos os emissores da África subsaariana, incluindo Angola, do mercado internacional de capitais.
Desde o final do ano passado, estes países têm regressado ao mercado, e as emissões já feitas pela Costa do Marfim, Benim e Gana recolheram uma forte procura por parte dos investidores internacionais, que suportam o risco de investir em mercados sobreendividados em busca de taxas de juro mais atrativas.
As verbas, de acordo de Buhari, serão usadas para financiar projetos de infraestruturas nos transportes, saúde e educação.