Numa conferência de imprensa no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, depois de uma reunião do grupo de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), Christine Lagarde salientou a importância de manter apoios para aqueles "que provavelmente não vão ver a situação restabelecida em 2022".
"Aqui estou a falar das pessoas que ou estão atualmente em subemprego [tempo parcial, por exemplo] ou em inatividade, para quem vemos o regresso de uma situação melhor em 2023, não em 2022", referiu.
Christine Lagarde falava aos jornalistas numa conferência de imprensa conjunta com o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, com o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, e com o presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Klaus Regling.
"Acreditamos que dada a incerteza do que estamos a enfrentar, e a divergência do que vamos observar, que as políticas coordenadas e de apoio continuarão a ser necessárias nos próximos meses, para assegurar que a recuperação está bem em marcha", vincou.
A também antiga líder do Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu ainda "atenção especial" para o um possível crescimento do crédito malparado na zona euro, e para "o provisionamento que está a começar a ser retirado pelos bancos".
"Vamos observar mais falências", alertou, "porque têm sido dramaticamente baixas nos últimos meses, e irão certamente subir".
As reuniões informais de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) e da União Europeia (Ecofin) que Portugal recebe no âmbito da presidência do Conselho da União Europeia arrancaram hoje no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.
Os encontros, que se prolongam até sábado à hora do almoço e em que o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, é o anfitrião, contam ainda com a presença dos governadores dos bancos centrais europeus.
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