Costa Silva preocupado com impacto da transição na indústria automóvel

O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) demonstrou hoje preocupação com o impacto da transição energética na indústria automóvel convencional, nomeadamente devido à preferência de carro partilhado das novas gerações.

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Lusa
25/05/2021 16:22 ‧ 25/05/2021 por Lusa

Economia

Costa Silva

"Olhemos para os comportamentos e sentimentos das novas gerações. Têm sentimentos diferentes da nossa, quando cada um queria ter o seu carro. Querem ter carro partilhado, economia partilhada... há sentimentos que estão a crescer", admitiu António Costa Silva, num encontro sobre transição energética e combustíveis do futuro, promovido pela Associação Portuguesas de Empresas Petrolíferas (Apetro).

Um modelo da OCDE -- Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico "muito interessante", frisou, que foi testado em Lisboa, demonstrou que, apostando nos transportes partilhados, sobretudo veículos autónomos, se pode libertar "uma parte" da frota da cidade.

"E é evidente que ficamos preocupamos, porque pode ter impacto na indústria automóvel convencional. Mas pode vir a acontecer" essa aposta em transportes partilhados, disse.

António Costa Silva defendeu que o funcionamento da economia e da competitividade, e das indústria que trabalham no 'oil & gas', "está a responder" às exigências da transição energética, nomeadamente lançando novos projetos e materiais inovadores.

Na opinião da Costa Silva, não existe transição energética sem cidades, pois embora ocupem apenas 2% da superfície do planeta, é nas cidades que vive 55% da população, que consome 75% da energia, e que é responsável por 80% das emissões poluentes.

"A economia circular é a rutura com o paradigma que existe. Nós somos uma civilização que transforma recursos em lixo numa velocidade sem precedentes na história. A economia circular é exatamente o inverso", afirmou António Costa Silva.

O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, que encerrou o evento, destacou a atual década como "crítica rumo à neutralidade carbónica", lembrando as metas de descarbonização e os compromissos climáticos que Portugal já assumiu, para reduzir emissões e desenvolver energias renováveis e biocombustíveis.

O secretário-geral da Apetro, nas conclusões do evento, destacou os tempos incertos atuais, a necessidade de ter flexibilidade para "ir fazendo o caminho caminhando", com metas e objetivos, mas apelou para que não haja "distrações" com soluções que façam a apologia de um determinada via ou tecnologia.

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