"É um volume de contratação de investimentos sem precedentes. É o maior programa de concessão de infraestrutura do mundo", disse o ministro brasileiro numa entrevista a correspondentes estrangeiros no Brasil, na qual listou os leilões de direito rodoviário, ferrovias, aeroportos, portos, linhas de transmissão e reservas de petróleo.
O número inclui as concessões feitas desde janeiro de 2019, com o início da presidência de Jair Bolsonaro, defensor de uma política económica profundamente liberal e de incentivos ao setor privado, e as previstas até dezembro de 2022, quando termina o seu mandato.
Freitas explicou que a maior parte dessas concessões será para o segundo semestre deste ano e em 2022.
Pelas cifras, nos últimos dois anos e meio, foram feitas concessões de 70 ativos apenas na área de transportes (rodovias, portos, ferrovias e aeroportos) cujos vencedores concordaram em investir 70 mil milhões de reais (11,2 mil milhões de euros).
"Com as concessões que vamos realizar no segundo semestre de 2021 vamos contratar investimentos de mais 70 mil milhões de reais para chegar neste ano a 140 mil milhões de reais [cerca de 22,5 mil milhões de euros] e terminar 2022 com investimentos de 260 mil milhões de reais [41,8 mil milhões de euros] apenas em infraestrutura de transporte", explicou Freitas.
Esses valores, esclareceu, não incluem as concessões do Ministério de Minas e Energia de linhas de transmissão, direitos de exploração de petróleo e gás e licenças de construção e operação de hidrelétricas e geradores térmicos, eólicos e solares.
"Se somarmos o que foi contratado até agora em transporte, energia e minas, estamos falando de investimentos de 600 mil milhões de reais [96,6 mil milhões de euros] e da previsão de terminar 2022 com um investimento contratado de um bilião de reais", garantiu o ministro.
No que diz respeito às concessões de transporte, os números incluem os leilões que o Ministério das Infraestruturas realizou na primeira semana de abril e para os quais cedeu 28 ativos (22 aeroportos, 5 terminais portuários e uma via férrea).
Os vencedores dos leilões pagaram 3,5 mil milhões de reais (564 milhões de euros) pelas licenças e se comprometeram a investimentos de 10 mil milhões de reais (1,6 mil milhões de euros) em melhorias e ampliações.
Freitas garantiu que as concessões previstas para o segundo semestre superam significativamente as feitas em abril e são uma amostra da magnitude do Brasil.
Entre os leilões previstos para este ano estão o da Via Dutra, a rodovia mais movimentada do país e que faz a ligação de São Paulo ao Rio de Janeiro; e a ferrovia do Ferrão, que permitirá o escoamento da produção de grãos do estado de Mato Grosso, maior celeiro do país, para portos marítimos.
Para o próximo ano está prevista a concessão de mais 16 aeroportos, entre eles os de Santos Dumont e Congonhas, que fazem a ponte aérea entre o Rio e São Paulo - e a privatização do porto de Santos, o maior da América Latina.