O antigo presidente-executivo do banco Lloyds foi reconhecido pela monarca pelo "serviço importante para os contribuintes do Reino Unido nos últimos 10 anos, liderando o Lloyds Banking Group da beira do colapso de volta à lucratividade".
O esforço para colocar o cliente no centro das preocupações do banco, a criação de uma cultura de maior equidade e responsabilidade social também são referidos, nomeadamente na promoção de minorias e mulheres para cargos de administração.
O português liderou também o processo de reprivatização do banco, que era 43% detido pelo Estado quando entrou em funções, em 2011, na sequência do apoio dado durante a crise financeira de 2008.
"O progresso que ele impulsionou no banco permitiu ao Ministério das Finanças restituir o banco totalmente ao setor privado, devolvendo 21,2 mil milhões de libras (24,7 mil milhões de euros) ao contribuinte: 900 milhões de libras (1.050 mil milhões de euros) a mais do que o originalmente investido", vinca a nota de reconhecimento.
Numa declaração emitida após a condecoração, Antonio Horta-Osorio disse estar "profundamente honrado em receber uma distinção tão prestigiosa".
"Passei mais da metade da minha vida profissional no Reino Unido e foi um grande privilégio ter liderado o Lloyds Banking Group por uma década. Embora seja um reconhecimento pessoal, gostaria de pensar que reflete os esforços de muitos milhares de colegas", acrescentou.
A distinção foi anunciada na Lista de Condecorações anuais atribuídas por ocasião do aniversário oficial da monarca, celebrado hoje (embora tenha completado 95 anos em 21 de abril), quando agracia dezenas de pessoas por recomendação do Governo.
Este ano, muitas são reconhecidas pelo trabalho durante a pandemia covid-19, nomeadamente cientistas como Andrew Pollard, da Universidade de Oxford, e Sarah Gilbert, que estiveram envolvidos no desenvolvimento da vacina contra o coronavírus AstraZeneca.
A lista inclui vários tipos de profissionais, desde o setor da saúde a políticos, artistas, desportistas ou cidadãos comuns que prestaram serviço à comunidade.
O título de Cavaleiro é dos mais alto da Ordem do Império Britânico, tal como o de Dama, atribuído em 2010 à pintora Paula Rego.
Após cessar funções no Lloyds em abril, António Horta-Osório assumiu o cargo de presidente do conselho de administração do Credit Suisse, terminando 28 anos a desempenhar funções executivas na banca, como CEO (presidente da comissão executiva), primeiro no Santander e depois no Lloyds Bank.
A carreira começou na banca no Citibank, em 1987, a que se seguiu a Goldman Sachs, em Nova Iorque e Londres.
Em 1993, foi convidado por Emilio Botín para o Santander, tendo criado o Banco Santander de Negócios Portugal, tornando-se vice-presidente executivo do grupo Santander em 1999.
Horta-Osório assumiu a liderança do Lloyds Bank em março de 2011, a convite do Governo inglês e do ministro das Finanças, George Osborne, para recuperar o banco na sequência da aquisição pelo Lloyds do HBOS (outro banco britânico), e que levou à entrada do Estado no capital, ficando com 39%.
Atualmente, o Lloyds já é o maior banco digital do Reino Unido, com mais de 16 milhões de clientes digitais, e o único com uma plataforma integrada de produtos financeiros, incluindo produtos bancários e de seguros, e tem a maior base acionista do país com mais de 2,4 milhões de acionistas.
O banco terminou o primeiro trimestre do ano com um lucro líquido de 1.397 milhões de libras (1.606 milhões de euros), mais 191% do que no mesmo período do ano passado.
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