Em declarações à agência Lusa, o coordenador do Sindicato da Hotelaria do Norte, Nuno Coelho, apontou que estão em falta "pelo menos seis salários, contando já com junho, e metade do subsídio de Natal", uma situação que afeta 62 trabalhadores.
A sala de Bingo da Boavista, no Porto, está concessionada à Pefaco, S.A., empresa com sede em Espanha que também gere, em Portugal, o Bingo Nazaré e o Bingo Olhanense.
"A situação é insustentável. Já no passado os trabalhadores receberam salários às prestações. Os trabalhadores têm famílias para sustentar e contas para pagar", afirmou Nuno Coelho.
Esta concentração surge depois de em maio cerca de 40 trabalhadores terem-se manifestado junto ao Ministério da Economia, em Lisboa, onde entregaram uma moção para exigir a retirada a concessão da sala do jogo à Pefaco e a manutenção dos postos de trabalho.
O apelo feito junto da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, foi hoje renovado pelo Sindicato da Hotelaria do Norte.
"Pedimos à secretária de Estado do Turismo que tomasse uma posição. Pedimos que retirasse a concessão da Pefaco e nomeasse uma comissão administrativa, reabrisse de imediato a sala e depois abrisse um concurso. Tem de resolver a situação. Estes trabalhadores estão desde janeiro sem receber. A empresa diz que vai pagar, mas não cumpre", referiu Nuno Coelho.
De acordo com o responsável, "os trabalhadores que suspenderam o contrato em fevereiro/março por falta de pagamento começaram, entretanto, a receber da Segurança Social um valor que esta entidade diz ser equivalente ao subsídio de desemprego, mas que não chega a 500 euros".
O Governo permitiu, ao abrigo das normas de contingência face à pandemia da covid-19, a reabertura de salas como esta a 01 de maio, mas o sindicalista alertou que "a Pefaco está cheia de dívidas tanto ao Estado como aos fornecedores", o que faz com que "não tenha capacidade para reabrir" o Bingo da Boavista.
"Contactamos a empresa e dizem que estão à espera que venha o dinheiro porque a sede é fora. Pedimos ajuda ao Governo e dizem que estão a ver se encontram solução. Isto é insustentável", concluiu.
A agência Lusa tentou obter uma reação junto da empresa, mas até ao momento sem sucesso.
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