"Foi um erro não fazer o PRR e o quadro de fundos comunitários 2030 em conjunto", afirmou em Vila Nova de Famalicão, à margem do 3.º Fórum Económico Famalicão Made In, em declarações à Lusa.
Para o economista, planear o próximo quadro comunitário e o PRR ao mesmo tempo era a melhor forma de trabalhar os fundos vindos da União Europeia.
"Eu acho que se quiséssemos trabalhar bem era pensar que se até 2029 o que eu tenho é este dinheiro, devia ser planeado em conjunto, não faz muito sentido estar agora a tratar de um e depois do outro", afirmou em declarações à Lusa.
Segundo analisou, "o PRR é dinheiro que aproveita ao Estado, dá resposta ao investimento, as empresas vão ganhar, no sentido que vão ser fornecedoras do Estado".
"O Estado vai gastar e vai gastar com as empresas, mas vai gastar a comprar os produtos que elas têm hoje e com as condições que têm hoje e o que elas precisam é de mudar essas condições e para isso o dinheiro tem que ir para investimento nas empresas", continuou.
Daniel Bessa disse esperar que o cenário do próximo quadro de fundos comunitários seja diferente.
"Deposito esperanças no Portugal 2030. À critica de que o PRR tem pouco dinheiro para as empresas vão-me responder para esperar pelo Portugal 2030 e se realmente o Portugal 2030 corrigir isso, mais vale tarde do que nunca", afirmou.
Portugal entregou em meados de abril a versão final do PRR à Comissão Europeia, num total de 16,6 mil milhões de euros, dos quais 13,9 mil milhões de euros dizem respeito a subvenções a fundo perdido.
O plano de recuperação português foi o primeiro a ser aprovado.
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