Convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) e pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), a manifestação teve como mote "um aumento geral dos salários urgente" e juntou trabalhadores da CP, IP-Infraestruturas, IP-Telecom, IP-Engenharia e IP-Património.
O protesto começou cerca das 10:30 junto à estação de comboios de Santos, em Lisboa, seguindo em desfile até à residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, com palavras de ordem como "é mesmo necessário o aumento do salário", e no final uma delegação de trabalhadores entregou uma resolução, em parte já aprovada pelos trabalhadores em finais de maio, com a lista de reivindicações.
Os trabalhadores explicam que as empresas do setor, como a CP, a IP e a Medway, são afetadas pelos mesmos problemas, como a falta de trabalhadores especializados ou a falta de condições para executar o contrato de serviço público, razão pela qual a CP promoveu a iniciativa de juntar esforços.
"Os problemas do setor são comuns. Convidamos todos, por isso, para uma reunião conjunta no dia 14 [de julho] no clube ferroviário, em Santa Apolónia", anunciou a representante da comissão de trabalhadores da CP, Catarina Cardoso, adiantando que a reunião terá lugar de manhã.
Em declarações à Lusa, Catarina Cardoso explicou que o objetivo da reunião não são só os salários e outras reivindicações do setor, como aquelas relacionadas com a falta de trabalhadores, mas também, por exemplo, abordar o "problema" do aumento do número de carruagens.
"Só temos um caminho: continuar a luta", afirmou o coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, agradecendo aos cerca de 100 trabalhadores presentes a concretização de "mais uma jornada de luta que valoriza" os salários e as profissões.
O dirigente sindical encerrou o protesto afirmando que os trabalhadores não vão baixar os braços: "Certamente se, nos próximos tempos continuar a não haver contratação coletiva. vamos desenvolver outras formas de luta".
A manifestação de hoje acontece após a greve dos trabalhadores da IP, em 02 de junho, que perturbou a circulação de comboios, e a greve de três dias na CP dos revisores e trabalhadores das bilheteiras, entre 06 e 08 de junho, também com impacto na circulação de comboios, depois de a Fectrans ter promovido greve idêntica em 27 de maio.
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