"A desconvocação da greve é uma excelente notícia para os trabalhadores da Groundforce e para os passageiros que tinham os seus voos marcados. É também da maior importância para o turismo e para a economia nacional", afirmou, citado em comunicado, o presidente da CTP, Francisco Calheiros.
No entanto, notou que a desconvocação "peca por tardia", após terem sido registados no passado fim de semana "milhares de cancelamentos que poderiam ter sido evitados".
Os sindicatos dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) e dos Economistas (SE) desconvocaram hoje a greve na Groundforce marcada para 31 de julho, 1 e 2 de agosto.
Contudo, os sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP), dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA) e dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) decidiram manter os pré-avisos de greve na Groundforce até serem pagos os montantes devidos.
A confederação do turismo enalteceu ainda o "empenho do Governo" e dos sindicatos na busca por uma solução que garanta os direitos dos trabalhadores.
"O turismo tem sido uma das atividades económicas mais prejudicadas pela pandemia e os empresários têm feito um esforço enorme no sentido de manter os postos de trabalho, pelo que qualquer ação que afete o turismo será mais um entrave na recuperação do setor. Nestes processos devem privilegiar-se todas as vias de diálogo antes de se avançarem com ações no terreno", vincou Francisco Calheiros.
Os trabalhadores da Groundforce cumpriram dois dias de greve no fim de semana passado, como protesto pela "situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias" que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde fevereiro de 2021.
A paralisação levou ao cancelamento de centenas de voos, sobretudo no aeroporto de Lisboa.
Além desta greve, desde o dia 15 de julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24h00 do dia 31 de outubro de 2021.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.
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