Em comunicado hoje divulgado, a Área Metropolitana de Lisboa revela que o concurso lançado em 13 de fevereiro do ano passado, para sete anos de operação rodoviária, "passou diversas fases de diligências instrutórias que agora terminam com o visto do Tribunal de Contas, no passado dia 17 de agosto".
Em abril, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), anunciou que os primeiros autocarros da marca única Carris Metropolitana iriam entrar em funcionamento em junho deste ano, reforçando em 40% a oferta.
No entanto, a operação acabou por "derrapar", uma vez que "foram colocadas várias questões pelo Tribunal de Contas que tiveram de ser esclarecidas, levando a novos pareceres e análises", explicou à Lusa fonte da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML).
"Demora sempre mais um bocadinho e o 'timming' acabou por derrapar. Agora o prazo é que esteja a operação toda em funcionamento em julho do próximo ano, podendo antecipar um pouco, à medida que os operadores conseguirem disponibilizar os autocarros", acrescentou.
O visto do Tribunal de Contas vai permitir dar início ao processo de transição e implementação da nova operação em 10 meses, passando os contratos de serviço público de transporte rodoviário a ser geridos pela recém-criada Transportes Metropolitanos de Lisboa, pertencente à AML.
Em 18 de fevereiro do ano passado, a AML lançou um concurso público internacional no valor de 1,2 mil milhões de euros, o "maior concurso que o país já alguma vez lançou do ponto de vista de serviços rodoviários", de acordo com o Governo, para melhorar o serviço de transporte público rodoviário nos seus 18 municípios.
O concurso foi o primeiro passo para que a AML começasse a gerir todos os restantes transportes públicos na sua área, entre os quais a Soflusa e a Transtejo (transporte fluvial) e o Metropolitano de Lisboa.
Os 18 municípios que integram a AML são Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.
A rede de serviço de autocarros, desenhada pela AML em conjunto com os 18 municípios, será composta por cerca de 600 linhas rodoviárias que servirão aproximadamente 2,7 milhões de potenciais utilizadores, passando o serviço a pertencer à marca única e integradora Carris Metropolitana.
Segundo a AML, a sustentabilidade ambiental será promovida através da renovação e qualificação da frota, com uma diminuição da idade média dos autocarros de 15 anos para menos de um ano e a inclusão de uma quota de veículos não poluentes e energeticamente eficientes.
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