O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, disse esta terça-feira que Portugal dispõe de "muitas almofadas" que vai utilizar com o objetivo de inibir o aumento do preço da eletricidade para os consumidores, perante os acréscimos nos mercados grossistas.
"Temos muitas almofadas que estamos obviamente a utilizar e que vamos utilizar para reduzir o preço da eletricidade, ou melhor, para inibir o aumento do preço da eletricidade aos consumidores", disse Matos Fernandes, em declarações aos jornalistas, transmitidas pela SIC Notícias.
Questionado sobre se o Governo promete uma descida dos preços da eletricidade no próximo ano, Matos Fernandes disse que há essa vontade por parte do Executivo.
"Temos uma vontade muito grande, sem qualquer promessa, de fazer com que a eletricidade não aumente", acrescentou. "É óbvio que o aumento da eletricidade na produção é um fator que inibe a possibilidade de podermos reduzir o seu custo. Temos é, de facto, muitas outras almofadas para o poder contrariar", referiu.
Governo espanhol admite que fatura da luz dispare 25% este ano
Em Espanha, saliente-se, a ministra da Transição Ecológica, Teresa Ribera, admitiu, na segunda-feira, que a fatura da eletricidade pode disparar 25% este ano em relação a 2020, devido aos acréscimos no mercado ibérico, conforme noticiou o El País. Além disso, descartou qualquer intervenção pública na fixação de limites.
Contudo, por cá, o ministro do Ambiente diz que a situação é distinta, desde logo porque as variações em Portugal são anuais e em Espanha são mensais.
"Quem vende eletricidade não tem feito nenhum aumento no preço. A situação de Portugal é completamente diferente da de Espanha, porque se o preço base para Portugal e Espanha é o mesmo, em Espanha a maior parte dos contratos e das variações são mensais. Em Portugal são anuais, não há qualquer comparação", disse o ministro do Ambiente.
O aumento dos preços no mercado grossista já ditou uma atualização dos preços, por cá, no início de julho, mas por enquanto é "prematuro" antecipar uma nova atualização, disse a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) ao Notícias ao Minuto.
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