"Tal como ocorreu nos demais processos de revisão salarial e de pensões para 2025, o SNQTB propôs, também quanto ao ACT [Acordo Coletivo de Trabalho] do Montepio Geral, uma cláusula de salvaguarda, que permita incrementar a atualização dos salários e pensões, para o corrente ano", indicou.
Esta cláusula seria aplicada, explicou, no caso de a taxa da inflação anual relativa a 2025 ser superior a 2,5%, sendo que, nessa circunstância, "será aplicada a taxa correspondente ao diferencial entre a atualização de 2,5% e a taxa da inflação anual, até o limite máximo de 3%".
Segundo o SNQTB, esta revisão seria "realizada até 30 de abril de 2026 e terá efeitos a 01 de janeiro de 2025", realçando que "no caso das percentagens apuradas de acordo com o acima exposto serem iguais ou inferiores a zero, manter-se-á a atualização de 2,5%".
No entanto, "não obstante a razoabilidade e a justiça desta proposta do SNQTB, aceite, aliás, por outras instituições de crédito, o Montepio Geral recusou-a", tendo, segundo a estrutura sindical, justificado a decisão com o "alegado impacto que esta cláusula cautelar poderá ter no orçamento de custos com pessoal (quanto aos trabalhadores no ativo) e no fundo de pensões (quanto aos reformados e pensionistas)".
"Estes argumentos não dignificam o Montepio", disse o sindicato, indicando por sua vez os lucros de 2024 da instituição.
Os lucros do Banco Montepio atingiram um valor histórico de 109,9 milhões de euros no ano passado, marcado por "forte dinamismo da atividade comercial" e por um "progresso na melhoria da qualidade dos ativos", anunciou a instituição.
"O SNQTB não pode deixar de censurar e de lamentar a posição minimalista e fechada do Montepio Geral", indicou, acrescentando que "de um banco detido por uma Associação Mutualista espera-se uma outra abordagem, mais social, mais orientada para as pessoas e menos para a maximização do lucro".
"Nessa medida, convidamos o Montepio Geral a rever a sua posição", rematou.
A Lusa contactou o Montepio que não quis comentar esta questão.
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