INE revê em alta queda do PIB para 8,4%. É a maior contração desde 1995

O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 8,4% em 2020, acima do previsto, passando a ser o ano com a maior contração económica desde 1995, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

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Lusa
23/09/2021 12:41 ‧ 23/09/2021 por Lusa

Economia

PIB

"No ano de 2020, marcado pelos efeitos económicos da pandemia covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) ascendeu a 200,1 mil milhões de euros, o que representou uma diminuição nominal de 6,7% (+4,5% em 2019) e real de 8,4% (+2,7% em 2019), sendo o deflator implícito de 1,9% (1,7% em 2019)", indica o INE.

"Com este resultado, 2020 passa a ser o ano com maior contração da atividade económica desde 1995 (início desta série das Contas Nacionais)", acrescenta o instituto.

O INE indica que os dados de hoje correspondem à versão final de 2019 e à versão provisória de 2020 das contas nacionais e traduzem "uma revisão em alta do PIB em 2019, de 0,2% em valor e volume, e uma revisão em baixa em 2020, de 1,3% em valor e 0,8% em volume, relativamente aos dados anteriormente divulgados".

"A revisão dos valores referentes a 2020 foi fundamentalmente determinada pela ainda maior contração que a inicialmente estimada das atividades de alojamento e restauração e transporte e armazenagem", realça a autoridade estatística.

Esta revisão "traduziu sobretudo a incorporação dos resultados da Informação Empresarial Simplificada referente a 2020 entretanto disponibilizada", explica o instituto.

A maior contração do PIB em 2020 em volume reflete, sobretudo, a queda das exportações de bens e serviços de 5,4 pontos percentuais e a redução de 2,6 pontos da despesa de consumo final das famílias, sendo responsáveis por 96% da contração do PIB.

Em 2020, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) diminuiu 7,2% em termos reais (após crescimento em 2019 de 2,6%), com destaque para a redução do VAB das atividades de alojamento e restauração, que diminuiu 46,3% e dos transportes e armazenagem que contraiu 19,5%, "sendo as atividades onde se fez sentir mais intensamente o impacto da pandemia", refere o INE.

O INE estima ainda uma redução de 9,3% das horas trabalhadas em 2020, salientando que esta queda "foi bastante mais acentuada" face ao crescimento de 1,2% verificado em 2019.

Já as remunerações, que tinham crescido 6,0% em 2019, refletindo o aumento do emprego de 1,6%, "quase estagnaram em 2020 (+0,5%)", refere o instituto.

Em 2019, os custos unitários do trabalho por unidade produzida aumentaram 3,5% e "em 2020 observou-se um crescimento mais intenso deste indicador, que aumentou 7,6%, aumento este indissociável das medidas de políticas públicas de apoio ao rendimento e emprego, nomeadamente o regime do 'layoff' simplificado".

O INE indica ainda que o Rendimento Nacional Bruto (RNB) diminuiu 5,7% em 2020, após o crescimento de 4,3% em 2019.

Por sua vez, o Rendimento Disponível Bruto (RDB) diminuiu 5,5% em 2020, contra um crescimento de 4,4% em 2019.

A necessidade de financiamento da economia fixou-se em 0,1% do PIB em 2020, uma redução do saldo em 1,1 p.p. relativamente ao ano anterior.

[Notícia atualizada às 13h55]

Leia Também: Crescimento do PIB do G20 abranda para 0,4% no 2º trimestre

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