"Queremos agradecer aos nossos clientes por compreenderem que nem todos os produtos estarão disponíveis durante este período e continuaremos a trabalhar na cadeia de valor da IKEA para tomar outras medidas para ajudar a aumentar a disponibilidade de produto e proporcionar aos clientes uma boa experiência de compra", afirma numa comunicação a que a Lusa teve acesso.
A empresa explica que já tomou medidas extraordinárias, como comprar contentores próprios e fretar embarcações adicionais, para garantir a disponibilidade de produtos para os clientes, e que isso melhorou a situação, mas que a empresa precisa de "tomar medidas extraordinárias para mitigar" os efeitos que os problemas de transporte marítimo têm causado.
"Juntos, estamos a identificar as melhores ações para o futuro e a trabalhar com os nossos fornecedores para encontrarmos as melhores soluções para cada desafio que surgir", adianta.
Durante o último ano da pandemia, a IKEA diz que a situação global da capacidade de transporte marítimo "criou desafios" para todas as empresas que dependem deste tipo de transporte, incluindo a IKEA.
"Interrupções contínuas, congestionamentos portuários e uma procura historicamente elevada criaram um desequilíbrio no mercado de carga marítimo, tendo resultado em restrições nas nossas operações", explica ainda.
A comunicação da IKEA surge um dia depois de o presidente executivo (CEO) do Ingka Group, Jesper Brodin, que controla a maioria das lojas Ikea, afirmar, ao Finantial Times, que o desafio da disponibilidade e das matérias-primas "continuará durante a maior parte, senão todo" o exercício financeiro, que termina em agosto, antecipando que a crise não terminará antes do verão de 2022, demorando "um período mais longo" do que se estimava no início desta crise.
Também na quinta-feira, a Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), num encontro que juntou uma centena de empresários da fileira, em Cantanhede, Coimbra, alertou para o risco de a escassez de madeira de pinho, e a subida do seu preço nos últimos meses, provocar o encerramento de empresas do setor.
"Vão seguramente fechar empresas", afirmou Vítor Poças, à margem do debate da AIMMP, sobre 'A Ameaça ao Abastecimento de Madeira de Pinho', lembrando que o setor, que chegou a ter mais de mil serrações, tem agora entre 350 e 400 e vai assistir a uma perda de mais empresas nos próximos anos, face à falta de matéria-prima e à subida de preço da mesma.
"É uma situação aflitiva", realçou, recordando que o preço do pinho aumentou mais de 50% nos últimos meses, ao mesmo tempo que falta volume de madeira em crescimento nas florestas portuguesas para dar resposta às necessidades das empresas nacionais.
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