BdP é "pilar de resiliência" e quer contribuir para recuperação económica
Centeno sublinhou também o papel do supervisor da banca na estabilidade económica do país, numa altura em que o Banco de Portugal comemora o seu 175.º aniversário.
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Economia BdP
O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, destacou, esta quarta-feira, que o supervisor da banca foi um "pilar de resiliência" para a sociedade portuguesa em várias situações "difíceis" e sublinhou o papel do supervisor da banca na estabilidade económica do país. Além disso, acrescentou que até 2025 a instituição quer contribuir para a recuperação económica nacional "através de um aconselhamento fundamentado sobre o desenho de políticas públicas".
"Em múltiplas situações, difíceis, que o país enfrentou, o Banco de Portugal soube ser, sempre, um pilar de resiliência para a sociedade portuguesa, contribuindo para a estabilidade económica e financeira de Portugal. Isso deveu-se a uma atuação orientada pela missão de serviço público e suportada por princípios de rigor na análise e na formulação das políticas sob sua responsabilidade", disse Mário Centeno, durante o seu discurso inicial na sessão pública comemorativa do 175.º aniversário do BdP.
"Nas crises devemos explicar, informar e contribuir para as soluções. Em momentos onde tudo parece estar bem devemos identificar os desafios e deixar os alertas necessários à estabilidade financeira", acrescentou o antigo ministro das Finanças. "Se alguma coisa a história do Banco de Portugal nos ensina é que a estabilidade económica e financeira é o resultado do complexo funcionamento dos nossos sistemas económicos, sociais e até políticos e culturais. Sendo um desígnio coletivo, é uma responsabilidade acrescida para o Banco de Portugal", adiantou.
A sessão solene decorre no Museu do Dinheiro, em Lisboa, e tem como anfitrião Mário Centeno, mas conta também com intervenções da Presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e do primeiro-ministro, António Costa.
O governador disse ainda que até 2025 a instituição quer contribuir para a recuperação económica nacional "através de um aconselhamento fundamentado sobre o desenho de políticas públicas".
"Até 2025, é objetivo do Banco de Portugal contribuir para uma economia portuguesa recuperada, resiliente e convergente na Europa, no médio e longo prazo. Vamos fazê-lo através de uma análise económica oportuna e de qualidade e através de um aconselhamento fundamentado sobre o desenho de políticas públicas", disse o responsável máximo do banco central.
Zona euro deve regressar aos níveis pré-pandemia ainda este ano, prevê Lagarde
Por sua vez, a presidente do BCE destacou a necessidade de a zona euro ser "resiliente", destacando a necessidade de recuperar das quebras em resultado da pandemia. "O mix de políticas europeias permitiu ultrapassar a crise", disse Lagarde, exemplificando com a campanha de vacinação. "Portugal tem a taxa de vacinação mais elevada do mundo", sublinhou.
"Esperamos que o PIB da zona euro regresse aos níveis pré-pandemia antes ainda do final deste ano. O PIB de Portugal deve chegar a esse nível em meados de 2022", acrescentou.
A presidente do BCE considerou também "muito improvável" que estejam reunidas as condições para subir as taxas de juro em 2022. Falando acerca das três condições que "precisam de ser satisfeitas antes de as taxas começarem a subir", Christine Lagarde considerou que no próximo ano ainda não estarão reunidas as condições para essa subida.
A presidente do BCE sublinhou ainda que Portugal vai receber 16,6 mil milhões de euros em subsídios e empréstimos, no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), o que permitirá apoiar iniciativas "verdes e digitais".
Costa alerta para retirada precoce de estímulos
Já o primeiro-ministro, António Costa, advertiu que uma retirada precoce de estímulos na política monetária poderá colocar em causa a recuperação económica e pediu maior redução no diferencial na taxa de juro pagas pelas empresas na zona euro.
No seu discurso, o líder do executivo referiu-se à atual conjuntura pós-Covid-19 e defendeu a tese de que as respostas económicas nacionais "nunca serão suficientes e deverão ser conjugadas, nomeadamente, com uma política monetária que assegure condições de financiamento favoráveis à consolidação da recuperação, adaptando-se, de forma gradual, ao fim do período de emergência".
"É fundamental que a política monetária acompanhe a evolução das nossas economias, assegurando uma recuperação robusta e sustentada de todos os países da área do euro. Uma retirada precoce dos estímulos, sem a necessária flexibilidade ou gerando incerteza, colocará em causa a força da recuperação", advertiu o primeiro-ministro.
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[Notícia atualizada às 10h53]
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