As previsões constam do documento de suporte à proposta de lei do Orçamento do Estado para 2022, que a Assembleia Nacional está a discutir nas comissões especializadas e que estima a criação de 9.749 empregos líquidos no próximo ano.
Para 2021, o Governo estimava a criação de 6.021 postos de trabalho líquidos, pelo que em dois anos serão criados, cumprindo-se as previsões, 15.770 empregos.
Contudo, só em 2020, devido às consequências económicas da pandemia de covid-19, nomeadamente a total ausência de turismo desde março, num setor que garante cerca de 25% do emprego no arquipélago, Cabo Verde perdeu 19.718 empregos líquidos.
Em 2019, ano em que Cabo Verde atingiu um recorde de 819 mil turistas, o arquipélago criou 11.344 empregos líquidos, segundo dados do Governo.
Cabo Verde fechou assim com uma taxa de desemprego de 14,5% em 2020 -- 11,3% em 2019 -, contra a expectativa governamental de quase 20%, um resultado menos negativo explicado com os sucessivos períodos de 'lay-off', sobretudo abrangendo as empresas ligadas ao turismo, em que o trabalhador recebe 70% do salário, suportado em parte pela segurança social cabo-verdiana.
O Governo estima chegar ao final de 2021 com uma taxa de desemprego idêntica, de 14,5%, que deverá baixar para 14,2% em 2022.
"Este instrumento ['lay-off'] teve um grande impacto na atenuação do crescimento do desemprego em Cabo Verde", reconheceu anteriormente o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia.
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