PM do Mali e 150 personalidades na lista de sanções individuais

O primeiro-ministro de transição do Mali, Choguel Kokalla Maïga, e praticamente todo o seu governo, estão entre as 150 personalidades alvo de sanções individuais recentemente impostas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), foi revelado hoje.

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© MICHELE CATTANI/AFP via Getty Images

Lusa
17/11/2021 23:51 ‧ 17/11/2021 por Lusa

Economia

Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental

Segundo documentos oficiais desta organização, que a Agência France-Presse (AFP) teve acesso na quarta-feira, o presidente de transição desde o golpe militar de 18 de agosto de 2020, o coronel Assimi Goïta, está ausente desta lista.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Abdoulaye Diop, não consta do relatório que tem o nome do primeiro-ministro maliano e de 27 ministros.

Ainda nenhuma explicação foi fornecida sobre estas ausências no documento da CEDEAO que inclui ainda 121 membros do conselho nacional de transição, que atua como órgão legislativo.

Os ativos financeiros de todas as figuras na lista estão congelados e estes estão proibidos de viajar dentro da CEDEAO, sendo que estas sanções aplicam-se também a membros das suas famílias.

Os dirigentes da CEDEAO, reunidos em 07 de novembro, decidiram impor sanções individuais a figuras que, após dois golpes de Estado no espaço de um ano, mergulharam o Mali numa profunda crise e que estão a atrasar a realização de eleições que permita o regresso dos civis ao poder.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental salientou ainda, durante a reunião, ter recebido uma confirmação oficial por parte das autoridades do Mali de que não seria capazes de organizar eleições presidenciais e legislativas em fevereiro de 2022, ao contrário do que a junta militar no poder tinha programado anteriormente.

Os responsáveis do Mali invocam a insegurança persistente no país que, desde 2012, está entregue a ações de grupos terroristas filiados da Al-Qaeda e do Estado Islâmico, a violência de todo o tipo perpetuada por milícias autoproclamadas.

As próprias forças armadas malianas são regularmente acusadas de abusos.

Cerca de dois terços do país estão fora do controlo das autoridades.

O documento da CEDEAO refere ainda "a falta de progresso na preparação das eleições, em particular a ausência de um calendário detalhado" para a realização das mesmas "nas datas acordadas".

A CEDEAO aponta que o "aumento das incertezas políticas" no Mali está a contribuir para a "deterioração da situação de segurança", o que provavelmente comprometerá a estabilidade da região.

E as sanções aplicadas podem servir de referência para vários parceiros que apoiam o Mali durante a crise, pode ler-se.

A França, que disponibiliza forças militares no Mali e no Sahel, pede a adoção de sanções por parte da União Europeia, semelhantes às aplicadas pela CEDEAO, segundo apelou no domingo um porta-voz da diplomacia francesa.

Leia Também: ONU pressiona Somália a acelerar processo eleitoral

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