A empreitada ficará concluída no próximo mês de dezembro, referiu, acrescentando que no primeiro trimestre de 2022 realizar-se-ão os ensaios e vistorias necessárias possibilitando, assim, a sua abertura no segundo trimestre.
O autarca, que respondia a questões levantadas pelos vereadores Ilda Figueiredo (CDU) e Vladimiro Feliz (PSD) durante a reunião privada do executivo municipal, salientou que, neste momento, já estão a ser entregues aos inquilinos do exterior as chaves das respetivas lojas, cujas obras no interior da maioria já se encontram concluídas.
Por esse motivo, o executivo municipal aprovou hoje, por unanimidade, continuar a assumir o compromisso de pagamento das indemnizações decorrentes dos acordos celebrados, em face da necessidade de reajustamento do prazo de conclusão da empreitada.
"No desenvolvimento da empreitada de restauro e modernização do Mercado do Bolhão, por vicissitudes várias que condicionaram a execução dos trabalhos, torna-se necessário um reajustamento ao prazo de conclusão da obra", indica a proposta, a que a Lusa teve acesso, justificando a necessidade de proceder ao reforço das verbas para pagamento do Valor Mínimo Garantido de Sobrevivência aos comerciantes do interior e do exterior, e neste último caso, das despesas fixas mensais.
Rui Moreira assegurou que o município do Porto vai continuar a pagar aos comerciantes e inquilinos até ao seu regresso ao mercado.
Já sobre os atrasos da obra, e depois de questionado pela vereadora Rosário Gambôa (PS), o independente ressalvou que há alguns deles que "em tempo" serão imputados à construtora e outros que não o podem ser devendo ser tratados em sede própria.
A título de exemplo, Rui Moreira apontou que estudos feitos davam conta que o betão podia ser aproveitado, contudo, no terreno verificou-se o contrário, situação que demorou mais de seis meses a resolver.
"Este tipo de atrasos não podem ser imputados à construtora", vincou.
A empreitada de restauro do Mercado do Bolhão foi consignada oficialmente a 15 de maio de 2018, prevendo-se, à data, um prazo de dois anos para a conclusão dos trabalhos.
Contudo, em dezembro de 2019, a autarquia anunciou que as obras de requalificação, cujo término estava previsto para maio de 2020, iriam ser prolongadas por mais um ano, devido à necessidade de alterar "o método construtivo".
No dia 22 de fevereiro, o presidente da Câmara do Porto avançava que o Bolhão ficaria concluído no segundo semestre deste ano.
Durante as obras de restauro do Bolhão todos os comerciantes do interior do edifício prosseguiram a sua atividade no Mercado Temporário, instalado no centro comercial La Vie, na Rua Fernandes Tomás, tendo assinado um contrato com a autarquia através do qual foi assumido o seu regresso, após a realização da empreitada.
À data, foi dada a possibilidade de continuar a sua atividade no Mercado Temporário do Bolhão, num espaço alternativo, ou suspender a mesma durante o período de obras.
Em julho deste ano, a Câmara do Porto aprovou a atribuição de um apoio no montante de 2,13 milhões de euros aos comerciantes históricos do Mercado do Bolhão para obras de adaptação dos espaços interiores e exteriores do edifício.
Com este apoio, o executivo pretende apoiar as despesas com a reposição da situação existente previamente à execução da empreitada, permitindo assegurar as condições necessárias para a abertura ao público dos restaurantes e lojas, uma vez terminada a empreitada.
Para além dos comerciantes históricos, a autarquia lançou ainda vários concursos públicos para atribuição de 60 espaços vagos no Mercado do Bolhão, tendo sido apurados na primeira fase 34 concorrentes, de total de 72 candidaturas apresentadas, revelava em março a Câmara do Porto.
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