"As nossas preocupações eram o setor da diversão noturna não encerrar, nem ter limitações de horários ou de lotações", afirmou hoje o presidente da Associação Bares da Movida do Porto, Miguel Camões.
A entrada nos espaços de diversão noturna vai estar sujeita à apresentação de teste negativo à covid-19, mesmo para vacinados, a partir de 01 de dezembro, estando discotecas e bares encerrados entre 02 e 09 de janeiro, anunciou hoje o primeiro-ministro.
Em declarações à agência Lusa, a propósito das medidas anunciadas hoje pelo Governo, Miguel Camões afirmou que o duplo controlo (testagem e certificação da vacina contra a covid-19) vai ser "exequível", bem como a obrigatoriedade de máscara no interior do estabelecimento.
"Se estas medidas surtirem efeito, e o Governo acredita que resulta, não vemos grande proveito em fechar o setor uma semana. Não compreendemos o porquê de fechar o setor, as medidas tanto resultam em dezembro como em janeiro", salientou.
Também em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, António Fonseca, afirmou que o setor da diversão noturna vai "acabar o ano bem e começar o ano mal".
"Mais uma vez, [o Governo] vai dar uma machadada num setor que não teve responsabilidades em nenhuma vaga", salientou António Fonseca, defendendo que o Governo tem gerido "de forma marginal" o setor da diversão noturna.
Defendendo que o setor "sempre foi a favor" do controlo da pandemia, através da testagem dos clientes e do cumprimento de outras normas de higienização e segurança, António Fonseca salientou que o Governo vai "penalizar mais uma vez um setor que já está com dificuldades" e que o encerramento das discotecas previsto para a primeira semana de janeiro pode pôr em causa "muitos contratos de trabalho".
António Fonseca acusou ainda o Governo de "não ouvir o setor" e contribuir "mais uma vez para as festas privadas e para o fenómeno do botellón".
À Lusa, o presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto lembrou ainda que em março foi aprovado pela Comissão de Economia e Inovação o apoio a fundo perdido a todos os estabelecimentos encerrados por decreto relativamente às despesas permanentes e que até hoje, "os líderes de bancada ainda não propuseram o agendamento desse apoio".
A entrada nos bares com espaço de dança e discotecas, que abriram em 01 de outubro depois de encerrados cerca de 19 meses devido à pandemia, estava até agora cingida apenas à apresentação do certificado digital, que podia ser relativo a vacinação, recuperação ou de realização de teste negativo.
O encerramento das discotecas decorre na chamada "semana de contenção de contactos", referiu o primeiro-ministro na conferência de imprensa após uma reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa.
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