"É urgente" que apoio à retoma continue "pelo menos até à Páscoa"

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) considera imprescindível que se mantenham os apoios à retoma, pelo menos, até à Pascoa, para que o setor e, assim, a recuperação do país, "não morram na praia".

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Lusa
01/12/2021 18:48 ‧ 01/12/2021 por Lusa

Economia

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"É crítico que se reative o programa apoiar.pt. A verdade é que o programa funcionou até abril de 2021, quando a crise se alongou até hoje, sendo que, hoje, as restrições à atividade económica e à mobilidade são tão absolutamente claras como o eram então. A diferença é que hoje é absolutamente visível que as empresas estão ainda mais frágeis, logo, muito mais necessitadas de apoio", afirmou o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira.

O responsável falava na abertura do 46.º Congresso Nacional da APAVT, que decorre em Aveiro.

"O setor chega ao dia de hoje com razões para festejar e com motivos para exigir. Razões para festejar tanta capacidade de resistência, tanto sofrimento passado, tanto desafio vencido, nunca abandonando uma característica única que uniu e justificou tudo o resto, a vontade de servir o Cliente, princípio e fim de toda a nossa atividade. Sabemos bem o que nos trouxe até aqui", começou por dizer, elencando perdas "absolutamente violentas, destruição dos capitais próprios, e endividamento das empresas e dos empresários", factos que, em sua opinião, representarão "pesada herança" nos próximos anos.

Pedro Costa Ferreira insistiu que "há muito tempo" que setor sabe que "os apoios foram insuficientes, frequentemente tardio o momento em que ocorreram, bem como, demasiadas vezes, foram difíceis os processos administrativos de acesso aos mesmos".

"Mais do que isso, todos sabemos que não poderão acabar, sob pena de inutilizarmos os esforços já desenvolvidos, transformando então fundo pedido em saco roto. Por outras palavras, é imprescindível que não permitamos que o setor, e com ele a capacidade de recuperação do país, morram na praia, por interrupção dos apoios necessários", sublinhou.

O presidente da APAVT recordou que desde o início da crise defenderam, que, "em tempos excecionais, não pode ser o orçamento a determinar o apoio à crise", pois "é exatamente o tamanho da crise que tem de determinar o apoio do orçamento".

"E afirmámo-lo, queremos sublinhar, com a consciência absoluta de que não estamos a pedir apoio. Estamos a exigir. Porque a todo o apoio que tivemos e venhamos a ter, como já referimos, juntámos as nossas perdas e o nosso endividamento. Porque todo o apoio que tivemos e venhamos a ter teve, tem e terá origem nos nossos impostos, logo no nosso dinheiro, portanto no nosso trabalho", acrescentou.

O responsável reforçou que será o Turismo a "liderar a recuperação económica", o que faz com que "cada euro gasto a apoiar as empresas será rapidamente pago, com juros", ao país.

Ainda assim, Pedro Costa Ferreira diz que é "mais do que justo" lembrar um conjunto de apoios que "foram absolutamente fundamentais, apesar de insuficientes".

"É assim que o apoio à manutenção do emprego tem sido fundamental, assim como o apoiar.pt se revelou da maior importância, enquanto durou. Por outro lado, no caso concreto das agências de viagens, a derrogação temporária da diretiva das viagens organizadas, que permitiu a gestão dos reembolsos, foi sem dúvida da maior relevância", disse.

E a este propósito quis o responsável lembrar e agradecer "o notável trabalho que a senhora secretária de Estado do Turismo realizou, liderando o diálogo com a Comissão Europeia, e permitindo, assim, que os reembolsos aos clientes se processassem, temporariamente, através de vales".

Também hoje, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal disse, em Aveiro, que o setor gostaria que o futuro Governo viesse a manter a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, nesta pasta do novo executivo.

"Temos a ideia de que os políticos anunciam dez medidas e concretizam uma. A engenheira Rita Marques anuncia uma e concretiza dez", disse Francisco Calheiros, num agradecimento à governante do executivo de António Costa.

O 46.º Congresso Nacional da APAVT decorre até sexta-feira em Aveiro, sob o mote "Reencontro" e conta com mais de 730 pessoas ligadas ao setor, tornando-o o maior de sempre.

"Estamos a falar de 738 congressistas, o maior congresso da APAVT desde que há registos", disse Pedro Costa Ferreira à Lusa, acrescentando que, desta forma, a reunião deste ano vai-se "reafirmar como 'o' congresso do turismo português".

Este encontro foi adiado em 2020 devido à pandemia de covid-19.

Em 2019 foi no Funchal, Madeira, que se realizou o 45.º Congresso Nacional da APAVT.

Leia Também: CTP deseja que futuro governo mantenha Rita Marques no Turismo

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