"Em média, cerca de três em quatro adultos com emprego concordam que todos no seu local de trabalho devem estar totalmente vacinados (78%), realizem testagem frequente se não forem vacinados (74%) e usem máscara em áreas comuns (81%)", refere o relatório que inquiriu 14.401 trabalhadores.
Segundo o mesmo documento, 62% dos trabalhadores inquiridos não se sentiriam confortáveis em voltar ao trabalho se tais medidas não estivessem em vigor.
As conclusões são de um estudo conduzido pelo Fórum Económico Mundial e pela Ipsos que entre 22 de outubro e 05 de novembro -- antes da deteção da variante Ómicron do SARS-CoV-2 -- questionou 14.401 pessoas em 33 países.
A diretora para a Saúde e Cuidados de Saúde do Fórum Económico Mundial, Genya Dana, considerou ser "incrivelmente importante" manter "medidas de segurança" como a vacinação, uso de máscaras e testagem enquanto "se navega esta complexa pandemia".
"Sabemos que os administradores tiveram de assumir muitas responsabilidades novas para a saúde e bem-estar dos trabalhadores desde o início da pandemia, e contamos com eles como parceiros de confiança nesta jornada", acrescentou, citada no documento.
O estudo assinalou "grandes diferenças" nas atitudes e comportamentos relacionados com a covid-19 nos locais de trabalho.
"O apoio à vacinação, testagem e obrigatoriedade de uso de máscara é geralmente mais alto na Ásia Oriental, Ásia Meridional, Arábia Saudita e América Latina e mais baixa na Europa Central, de Leste e do Norte e nos Estados Unidos da América", lê-se num comunicado que acompanha o relatório.
De igual forma, o documento assinala que os países em que os trabalhadores favorecem a obrigatoriedade da vacinação são aqueles em que mais trabalhadores prefeririam ser vacinados para manter os seus empregos.
A nível global, 68% dos inquiridos disseram que seriam vacinados numa situação destas. China (85%), Singapura (81%), Coreia do Sul (78%), Malásia, Espanha e Grã-Bretanha (todos com 74%) foram os que apresentaram maior propensão a serem vacinados para manterem os seus empregos, enquanto que, por outro lado, Rússia (48%), Polónia (49%) e Roménia (52%) apresentam a menor taxa de aprovação.
Globalmente, 12% dos inquiridos responderam que preferiam uma testagem frequente, 9% iriam "procurar uma forma de não ser vacinado ou testado e continuar com o seu trabalho" e 5% apresentariam demissão. Os restantes 6% disseram não saber o que fazer.
Em apenas sete dos 33 países -- Rússia, Polónia, Dinamarca, Hungria, Suécia, Suíça e Estados Unidos da América -- analisados a maioria dos trabalhadores estaria confortável em voltar ao trabalho caso não estivessem em vigor medidas de proteção.
Sem medidas de proteção, mais de um décimo dos trabalhadores na China (18%), Japão (12%), Chile (11%) e Malásia (10%) prefeririam despedir-se a voltar ao trabalho sem estas condições de proteção.
A covid-19 provocou pelo menos 5.278.777 mortes em todo o mundo, entre mais de 267,22 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em 57 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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