CESA defende programa para combater despovoamento nos Açores
O presidente do Conselho Económico e Social dos Açores (CESA), Gualter Furtado, defendeu hoje a criação de um "programa de combate" ao despovoamento da região, através dos fundos do próximo quadro comunitário de apoio.
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Em declarações aos jornalistas, após uma reunião com o presidente do Governo Regional para debater o Programa Operacional Açores 2030, na sede da Presidência, em Ponta Delgada, Gualter Furtado lembrou que o Programa Operacional nacional apresenta uma estratégia de "combate à desertificação, ao despovoamento e ao envelhecimento da população portuguesa".
"É importante que isso seja transposto aqui para os Açores em relação a algumas ilhas que têm problemas muito graves neste sentido", declarou, referindo-se à quebra de população do arquipélago.
O economista defendeu o aproveitamento dos fundos comunitários para a criação de um programa de "sustentabilidade demográfica".
"Seria para nós uma desilusão se esse tema não fosse trazido e colocado na prioridade das prioridades aqui nos Açores. Evidentemente que não é um tema de curto prazo, não se resolve de um dia para o outro. É um tema de médio e longo prazo, mas esse é também um programa [operacional] a médio e a longo prazo", vincou.
O presidente do CESA justificou a criação daquele programa com os dados do Censos 2021, que revelou uma quebra de 4,1% da população do arquipélago desde 2011.
Gualter Furtado apelou ainda para que o Programa Operacional Açores 2030 seja "amplamente divulgado", para que "todos os cidadãos e empresas possam ter acesso às prioridades" do executivo para os fundos comunitários.
"É muito importante para ultrapassar o problema, que é de facto um problema, e não vale a pena pôr a cabeça debaixo da areia. Aquilo que aconteceu com as Agendas Mobilizadores e não pode acontecer de maneira nenhuma com este programa", salientou.
Em outubro de 2021, o Governo dos Açores foi acusado de preterir empresas em detrimento de outras no acesso às verbas previstas nas Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência.
Na quarta-feira, o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, garantiu que os empresários açorianos vão ter acesso aos 117 milhões de euros inicialmente previstos no âmbito das chamadas Agendas Mobilizadoras.
O presidente do Governo dos Açores está a receber, durante esta semana, os parceiros sociais e os partidos políticos no âmbito do Programa Operacional Açores 2030.
O Programa Operacional dos Açores 2030 integra o Portugal 2030, cujas prioridades assentam em oito eixos, cada um deles com os seus objetivos estratégicos: inovação e conhecimento; qualificação, formação e emprego; sustentabilidade demográfica; energia e alterações climáticas; economia do mar; competitividade e coesão dos territórios do litoral e do interior e agricultura e florestas.
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