Trump, empossado no passado dia 20, ameaçou começar a impor tarifas de 25% sobre o Canadá a partir do início de fevereiro, uma medida que, de acordo com o Governo canadiano, seria devastadora para a economia do país.
Em conferência de imprensa, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Mélanie Joly, disse hoje que Trump ameaça utilizar as tarifas contra o mundo, incluindo Canadá e Europa, pelo que o Governo que integra precisa de "ser muito pragmático" na sua cooperação com o bloco europeu e com o Reino Unido.
"Sabemos que em muitas capitais europeias e no Reino Unido se fala agora de retaliação e das diferentes possíveis respostas às tarifas. É por isso que é importante para nós falar com os diferentes ministros dos Negócios Estrangeiros", disse Joly, citada pela agência noticiosa Efe.
Joly acrescentou que o Canadá tem um acordo de comércio livre com a União Europeia (UE) e que o Governo canadiano quer "garantir que os canadianos e as empresas canadianas continuam a beneficiar do acordo".
"Sabemos que o Presidente Trump está a utilizar as tarifas para pressionar os países. É isso que ele está a fazer e continuará a fazer. Nós temos influência: somos o maior cliente de 36 estados [dos Estados Unidos da América]. Temos muitos aliados nos EUA", apontou.
Joly e o ministro da Segurança Pública, David McGuinty, anunciaram ainda que vão viajar para os Estados Unidos da América durante esta semana para se encontrarem com elementos da administração Trump e líderes políticos estadunidenses para travar a aplicação das tarifas.
Mélanie Joly encontrar-se-á na quarta-feira com o secretário de Estado, Marco Rubio, ao passo que McGuinty deverá reunir-se com o 'czar' fronteiriço de Trump, Tom Homan.
"Esta administração é muito imprevisível, por isso temos de estar prontos e trabalhar em ambas as frentes: para evitar as tarifas, e para estarmos preparados [para a sua imposição]", assinalou Joly.
A campanha presidencial de Donald Trump assentou em promessas de protecionismo económico, incluindo junto de economias como a canadiana, a mexicana ou a chinesa. Além destes países, Trump já ameaçou aplicar tarifas às transações com UE, Bolívia ou Dinamarca - devido ao território da Gronelândia.
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