Maioria do PS é "muito positiva" para reformas que beneficiem empresas

O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) considerou hoje que o resultado das eleições legislativas, que deu maioria ao PS, é "muito positivo" pela estabilidade e por permitir fazer reformas para aliviar as empresas ao nível fiscal.

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Lusa
04/02/2022 12:53 ‧ 04/02/2022 por Lusa

Economia

Empresas

 

"Este resultado das eleições é muito positivo por todas as razões e mais uma: pela estabilidade que nos dá durante os próximos anos e que permite ao Governo fazer reformas progressivas durante estes quatro anos", defendeu Raul Martins, em declarações à Lusa.

Para o presidente da AHP, há temas "cruciais" que afetam o turismo -- e em concreto a hotelaria - que o novo Governo deverá abordar, desde logo a construção do novo aeroporto para a região de Lisboa e a aprovação na Assembleia da República do acordo com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para a contratação de trabalhadores daqueles territórios, para fazer face à falta de mão de obra no setor.

Raul Martins realçou que a questão dos vistos de trabalho para cidadãos da CPLP "é urgente", uma vez que, a partir de março, altura em que se perspetiva o início da retoma na hotelaria, "a carência de pessoal vai ser enorme".

Já quanto ao novo aeroporto de Lisboa, cuja construção no Montijo não avançou devido à falta de parecer positivo de todas as autarquias envolvidas, exigida por lei, o presidente da AHP lembrou que o Partido Social Democrata (PSD) mostrou-se disponível para viabilizar uma alteração aquela lei, desde que se faça uma avaliação ambiental estratégica.

"Esse estudo [avaliação ambiental], que nós saibamos, ainda não foi adjudicado sequer, portanto, precisamos que ele seja adjudicado e, depois, que a decisão seja rápida", afirmou o responsável.

A AHP apelou, ainda, para que o novo Governo faça reformas na área fiscal, por exemplo no que diz respeito aos limites a deduções de investimentos, "que são muito negativas para a hotelaria".

Adicionalmente, Raul Martins destacou a questão da autonomia do financiamento do Turismo de Portugal, "que está dependente dos casinos" e, com a redução daquelas receitas, "tem sido difícil obter verbas, que vêm do Orçamento do Estado a conta gotas".

"São situações que precisam de ser reformadas e não vistas ano a ano, caso a caso, por força dos orçamentos, nós precisamos de reformas, de facto, para as empresas terem mais alívio fiscal e, assim, poderem investir mais e poderem remunerar melhor os seus funcionários", apontou o presidente da AHP.

Leia Também: Criação de empresas aumentou 19% e insolvências cresceram 5% em janeiro

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