De acordo com o diretor de Tecnologia da The Loop Co., João Rodrigues, que desenvolveu a plataforma que permite registar as embalagens de plástico entregues em máquinas instaladas em vários super e hipermercados, para serem recicladas, "até ao momento desta fase do projeto", verificaram-se "aproximadamente 5.000 utilizações" e "cerca de 150.000 embalagens entregues e registadas na plataforma de pontos".
A ideia surgiu de um consórcio que inclui a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e a Associação Portuguesa dos Industriais de Águas Minerais Naturais e de Nascente (APIAM) e consiste na entrega de embalagens de plástico nas chamadas 'reverse vending machines' que estão instaladas em mais de 33 super e hipermercados do país, até ao momento, convertendo-as em pontos que podem ser trocados por prémios, como por exemplo, iPhones, artigos de puericultura, ou bilhetes para espetáculos culturais.
"Este [projeto] piloto entrou agora numa nova fase, tinha havido já umas fases anteriores em que a conversão era mais direta, ou seja, as pessoas entregavam as embalagens e recebiam logo um desconto direto monetário e o que nós propusemos foi criar aqui uma nova camada e uma nova experiência para esta nova fase, tentando trazer um bocadinho de interação digital para as pessoas que utilizam estas máquinas e fazem reciclagem das embalagens", explicou João Rodrigues.
A plataforma criada pela 'startup' de Coimbra entrou em funcionamento em meados de janeiro para acumulação de pontos e, no início de fevereiro, passou a estar disponível também para a troca por prémios.
A aplicação está, atualmente, a funcionar em dois projetos: o Bebidas + Circulares e o Do Velho Se Faz Novo, no caso deste último fruto de uma parceria com a Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas (Probeb).
Na prática, explicou o responsável, após a entrega das embalagens de plástico nas máquinas, as pessoas recebem um talão que lhes atribui pontos, vão ao 'site' do projeto, registam o talão e vão acumulando pontos, que dão depois acesso a um catálogo de prémios.
Cada embalagem vale um ponto e, por exemplo, para se poder arrecadar um iPhone, é necessário entregar 2.400 embalagens.
"O nosso papel foi fazer esta interligação entre as 'reverse vending machines', que já existem há alguns anos, e fazer a integração das próprias máquinas com uma solução digital mais próxima dos utilizadores e, assim, tentar impulsioná-los de uma forma mais abrangente para um comportamento sustentável", explicou João Rodrigues.
O financiamento do projeto resultou da candidatura do consórcio a fundos do EEA Grants e do Fundo Ambiental.
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