A DBRS avalia atualmente a dívida portuguesa em 'BBB (high)', com perspetiva 'estável', tendo decidido na última avaliação, em 27 de agosto, manter o nível e 'outlook' de investimento.
Na altura, a DBRS explicou que a confirmação da perspetiva "estável" teve em conta o "choque abrupto" da covid-19 na saúde e na economia, bem como as melhorias verificadas nos principais indicadores de classificação nos anos anteriores à crise e alertou para algumas vulnerabilidades, como uma dívida pública elevada, baixo potencial de crescimento económico e o 'stress' no sistema financeiro.
Segundo os analistas consultados pela Lusa, a agência deverá voltar a manter inalterada a avaliação à dívida soberana portuguesa, numa altura em que a incerteza geopolítica internacional deverá levar a maior cautela.
"Penso que não vão mexer [no 'rating' de Portugal]. Esta situação na Ucrânia aconselha prudência das agências", disse Filipe Garcia, presidente da IMF-Informação de Mercados Financeiros, em declarações à Lusa.
Na mesma linha, Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, considera que "será prudente manter a atual classificação do rating em BBB, assim como o 'outlook'".
Segundo os calendários provisórios de atualização dos 'ratings' das quatro principais agências de notação financeira, a DBRS deverá voltar a pronunciar-se sobre Portugal em 26 de agosto.
Aquando da melhoria do 'rating' pela Moody's, no ano passado, o ministro das Finanças, João Leão, disse esperar que o caminho fosse seguido por outras agências.
"Contamos que este seja um primeiro sinal e que agora seja seguido por melhorias de 'rating' da República portuguesa nos próximos tempos", afirmou então à Lusa, considerando ser "um sinal muito positivo da credibilidade do país".
O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.
Os calendários das agências de 'rating' são, no entanto, meramente indicativos, podendo estas optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou avançarem com uma avaliação não calendarizada.
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