Na sua visita não anunciada, o responsável italiano que se fez acompanhar pelo presidente executivo da petrolífera Eni, Claudio Descalzi, muito presente na Argélia e parceiro tradicional do grupo argelino Sonatrach, chegou esta manhã à Argélia para procurar novos fornecedores de gás, uma vez que aproximadamente 45% deste combustível que importa vem da Rússia.
Durante a sua visita ao país magrebino, Luigi di Maio foi recebido pelo Presidente, Abdelmadjid Tebbune, no palácio de Al Muradia, com a presença do seu homólogo argelino, Ramtan Lamamra, e do ministro da Energia, Mohamed Arkab.
"O presidente executivo da Eni acompanhou-me e isto confirma o nosso compromisso total de negociar quantidades adicionais de gás e materializá-las o quanto antes", afirmou Di Maio depois da sua reunião com Tebbune num vídeo publicado na página oficial do Facebook da embaixada italiana na Argélia.
"Itália ambiciona aumentar o seu fornecimento de energia, em particular gás dos seus parceiros internacionais, incluindo a Argélia, que é um fornecedor de confiança", estimando que isso "confirma o valor estratégico da associação entre os dois países", disse o chefe da diplomacia italiana.
"Estamos a estudar a possibilidade de preparar instalações de transporte de gás (gasodutos) para transportar hidrógenio verde", acrescentou o ministro, que revelou que a próxima reunião de diálogo estratégico previsto em Roma será "uma oportunidade para aprofundar as relações em todos os âmbitos".
A Argélia fornece gás à Itália através do gasoduto TransMed, que transporta gás desde o campo de Hassi R'Mel (o maior campo de gás natural em África) através do território tunisino até à ilha da Sicília no sul da Itália.
A Eni tem um contrato de 10 dez anos para o fornecimento de gás da argelina Sonatrach, que foi renovado em 2019, com quantidades anuais de 12 mil milhões de metros cúbicos.
Itália também importa gás argelino através das empresas Enal e Edison, com quantidades anuais superiores a 4.000 milhões de metros cúbicos.
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