A União Europeia fechou o espaço aéreo aos aviões russos após a invasão da Ucrânia, e Moscovo retaliou com proibições semelhantes.
Empresas como a Air France-KLM, Deutsche Lufthansa e Finnair suspenderam já várias ligações aéreas para a China, em alguns casos até maio.
Mas as transportadoras asiáticas, como a Cathay Pacific Airways, Korean Air, China Eastern Airlines e Air China, continuam a poder sobrevoar a Rússia, a rota mais curta entre as duas regiões. O país representa cerca de um oitavo da massa terrestre do mundo e abrange grande parte do norte da Europa e da Ásia.
O vasto alcance do território torna difícil para as operadoras manterem várias rotas intercontinentais.
A exclusão do espaço aéreo da Rússia, como muitas companhias aéreas ocidentais tiveram que fazer durante a Guerra Fria, pode aumentar as horas de voo. O custo mais alto do combustível, que aumentou desde a invasão, torna esse tempo extra no ar ainda mais caro.
A Finnair, que serve como um centro para passageiros em trânsito de outras partes da Europa para a Ásia, via Helsínquia, terá mais a perder do que qualquer outra transportadora ocidental.
Quase dois terços dos 537 voos de longa distância da Finnair, programados de e para Helsínquia, em março, devem começar ou terminar na Ásia, mostram dados da consultora de aviação Cirium.
Para a indústria como um todo, os efeitos são mínimos, devido às rígidas restrições impostas já devido à pandemia, sobretudo na China.
As viagens de e para a China, em particular, foram praticamente interrompidas, em março de 2020.
Muitas transportadoras também interromperam os voos para Hong Kong nas próximas semanas, devido à imposição de rígidas medidas de quarentena para viajantes e tripulações de voo.
Mas as companhias aéreas europeias podem evitar ser completamente cortadas das viagens para a Ásia, graças a alianças globais de companhias aéreas, como a Oneworld e SkyTeam, e acordos comerciais separados com companhias asiáticas, para transportar passageiros reciprocamente.
A Singapore Airlines tem a maioria dos voos programados entre a Europa e a Ásia em março, de acordo com dados da Cirium. Muitos dos seus itinerários passam pelo sul da Rússia.
Voos da Japan Airlines, All Nippon Airways e Korean Air sobrevoam o país durante horas, a caminho de destinos como Tóquio e Seul.
Com a China ainda praticamente fechada, os voos das transportadoras europeias de e para o Japão e a Coreia do Sul serão os mais afetados, por enquanto.
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