O regulador financeiro russo disse num comunicado que a decisão de não retomar a negociação de títulos se deve ao receio de um colapso dos principais títulos como resultado das sanções impostas na sequência da invasão russa da Ucrânia.
A bolsa de valores de Moscovo está fechada desde segunda-feira, depois de a UE, os Estados Unidos, o Canadá e outros parceiros terem excluído alguns bancos russos do sistema de comunicação interbancária internacional SWIFT, um golpe sem precedentes para isolar o país do sistema financeiro global.
O rublo registou então uma queda abrupta. Antes de fechar, o mercado de ações caiu 45% e as principais ações perderem mais de 58%.
O Banco da Rússia tinha esperança de que as medidas tomadas para estabilizar o mercado conseguissem tranquilizar os investidores russos.
Entre outras medidas, decidiu permitir aos bancos atingidos por sanções a utilização da reserva de capital acumulado para continuarem a funcionar e aumentou as taxas de juro para 20%, enquanto o Governo decidiu utilizar até um bilião de rublos (8,9 mil milhões de euros) ao Fundo Nacional de Bem-Estar - alimentado pelas receitas petrolíferas e uma espécie de 'almofada' para usar em tempos de crise - a ser utilizado na compra de ações de empresas russas.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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