Camionistas espanhóis em greve devido a situação "insustentável"

Várias associações espanholas do setor de transporte de mercadorias iniciaram hoje uma greve por tempo "indeterminado" devido ao aumento dos preços dos combustíveis provocado pela guerra na Ucrânia que torna a situação "insustentável".

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Lusa
14/03/2022 13:07 ‧ 14/03/2022 por Lusa

Economia

Crise/Energia:

 

A Plataforma de Defesa do Setor do Transporte Rodoviário Nacional e Internacional de Mercadorias, que afirma representar as pequenas e médias empresas que constituem 85% do setor, justifica a ação pela situação "muito grave" e condições de trabalho "inaceitáveis", para além do aumento do preço dos combustíveis, acentuado pela invasão russa da Ucrânia.

A organização enviou uma longa lista de exigências aos ministérios dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana, Trabalho e Economia Social, como a proibição de contratação de serviços de transporte abaixo dos custos operacionais e a proibição de carga e descarga por motoristas e trabalhadores independentes que conduzem os seus veículos, para entrar imediatamente em vigor.

Uma outra associação, a dos Empresários do Transporte Rodoviário de Mercadorias de Santander e Cantábria (Asemtrasán), também convocou uma paragem por tempo "indeterminado" da atividade devido ao aumento dos preços dos combustíveis, o que torna a situação "insustentável".

O presidente da Asemtrasán, José Andrés Cianca, citado pela agência Efe explicou que a paragem continuará até que o governo espanhol adote medidas para que as transportadoras possam trabalhar com um "mínimo de dignidade" e sem ter de "meter dinheiro do seu bolso".

Segundo Cianca, o setor está com dificuldades desde dezembro do ano passado e com o aumento do preço do gasóleo devido à guerra na Ucrânia, isto significou, até agora, um custo adicional de "cerca de 2.000 euros" por mês para cada trabalhador.

A greve por tempo indeterminado das transportadoras convocada por uma outra organização do setor causou atrasos nos camiões em locais como a Zona Franca em Barcelona e o Porto de Tarragona (Catalunha), devido à ação de alguns piquetes de greve.

A Plataforma para a Defesa do Setor dos Transportes, que reúne os transportadores independentes, também convocou uma greve a partir de hoje para exigir melhorias no setor e protestar contra o aumento dos custos, especialmente de combustível.

Entretanto, a porta-voz do Governo espanhol e Ministra da Política Territorial, Isabel Rodríguez, anunciou que as reduções previstas nos impostos serão aplicadas, por enquanto, apenas ao preço da energia, embora o executivo esteja a estudar como é que as consequências económicas da inflação e da invasão russa da Ucrânia podem afetar outros setores.

Numa entrevista na RNE (Rádio Nacional Espanhola), Rodríguez disse hoje que o governo socialista dirigido por Pedro Sánchez vai analisar se vai aplicar reduções fiscais apenas ao setor energético ou se vai alargar a medida a "todos os setores afetados".

"O que este Governo quer é que as medidas sejam adotadas a nível europeu", sublinhou a porta-voz.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

Leia Também: Açores. PJ detém homem de 37 anos por tráfico de estupefacientes

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