As previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia ucraniana continuam a ser assombrosas, e a morte de civis e a constante destruição dos serviços e infraestruturas só deverá piorar o cenário económico para a Ucrânia.
O relatório do FMI, publicado esta segunda-feira, afirma que estes fatores tenebrosos provocarão uma queda da economia de pelo menos 10% em relação a 2021.
De recordar que a economia ucraniana tem tido dificuldades em recuperar, depois de, em 2015, ter caído 10% devido à ocupação da Crimeia pela Rússia, e o país ainda não recuperou totalmente do impacto da pandemia.
O avanço das tropas russas e o prolongamento da guerra faz prever, no entanto, que as consequências sejam ainda piores.
O balanço do FMI sobre guerras anteriores, nomeadamente no Iraque e na Síria, refere que a economia da Ucrânia possa contrair entre 20% a 35%.
"Uma profunda recessão e grandes custos de reconstrução são esperados, no pano de fundo de uma crise humanitária. Com a guerra em curso, a situação continua extremamente fluída, e qualquer previsão nesta fase está sujeita a uma enorme incerteza", avisa também o relatório.
Só em Mariupol, onde os bombardeamentos russos mataram milhares de civis e deixaram a população desesperada e com fome, as consequências para a economia nacional são enormes, já que cerca de 50% das exportações ucranianas passam pelo porto da cidade.
Os Estados Unidos da América e a União Europeia já anunciaram pacotes de ajuda económica para a economia ucraniana e, na semana passada, o FMI anunciou que iria providenciar a Ucrânia com um pacote de cerca de 1,2 mil milhões de euros. No entanto, os bancos estão a ter óbvias dificuldades em colocar dinheiro nos multibancos.
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