Bruxelas garante que disponibilidade de alimentos não está em causa na UE
A Comissão europeia garantiu hoje que a disponibilidade de alimentos não está em causa na União Europeia (UE) devido aos problemas de fornecimento causados pela guerra da Ucrânia, admitindo, porém, aumentos dos preços e dependência de algumas importações.
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Economia União Europeia
"A disponibilidade de alimentos não está atualmente em causa na UE, uma vez que o continente é largamente autossuficiente para muitos produtos agrícolas", vinca o executivo comunitário em informação à imprensa europeia.
No dia em que anuncia "ações a curto e médio prazo para reforçar a segurança alimentar global e apoiar os agricultores e consumidores da UE à luz do aumento dos preços dos alimentos e dos custos dos fatores de produção, tais como a energia e os fertilizantes", a Comissão Europeia admite, porém, que o setor agrícola europeu "é um importador líquido de produtos específicos, por exemplo, proteínas alimentares".
"Esta vulnerabilidade, juntamente com os elevados custos dos fatores de produção, tais como fertilizantes e energia fóssil, está a causar desafios de produção para os agricultores e corre o risco de fazer subir os preços dos alimentos", reconhece.
E, de acordo com Bruxelas, este "aumento dos preços globais dos produtos de base, ainda mais acelerado pela invasão russa da Ucrânia, realça novamente a necessidade de a agricultura e as cadeias de abastecimento alimentar da UE se tornarem mais resilientes e sustentáveis".
A posição surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia devido à invasão russa, tensões geopolíticas que estão a afetar cadeias de abastecimento, causando receios de rutura de 'stocks' e de crise alimentar.
Tanto a Ucrânia como a Rússia são importantes fornecedores dos mercados mundiais, especialmente de cereais e óleos vegetais, como trigo, cevada e milho, sendo que Kiev é também responsável por mais de 50% do comércio mundial de óleo de girassol e um importante fornecedor de ração para a UE.
Segundo a Comissão Europeia, não existe uma "ameaça imediata à segurança alimentar" no espaço comunitário, uma vez que a UE é um grande produtor e um exportador líquido de cereais.
Ainda assim, Bruxelas reconhece o impacto imediato relacionado com o aumento dos custos ao longo de toda a cadeia de abastecimento alimentar, pela rutura dos fluxos comerciais de e para a Ucrânia e Rússia, bem como as consequências na segurança alimentar global.
Para a vizinhança da UE, no Norte de África e no Médio Oriente, tanto a disponibilidade como a acessibilidade de preços estão em risco no que toca ao trigo, o alimento básico, o que também acontece na Ásia e na África subsaariana.
O Norte de África e o Médio Oriente importam mais de 50% das suas necessidades de cereais da Ucrânia e da Rússia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo mais de 180 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,53 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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