Pedro Nuno Santos mantém pasta. Aeroporto e ferrovia são grandes 'obras'

Pedro Nuno Santos vai manter-se como ministro das Infraestruturas e da Habitação no novo Governo, tendo a reestruturação da TAP, a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa e a ferrovia como grandes 'obras' para a próxima legislatura.

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© Manuel de Almeida

Lusa
24/03/2022 09:38 ‧ 24/03/2022 por Lusa

Economia

Governo

Apontado como um potencial candidato à sucessão de António Costa na liderança do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, conotado com a ala esquerda do PS, tem em mãos o dossiê da TAP, que trouxe de novo para o controlo do Estado e está a passar por um processo de reestruturação, negociado com a Comissão Europeia durante o seu anterior mandato.

Para a nova legislatura fica também uma decisão sobre a localização do novo aeroporto para a região de Lisboa, que o anterior Governo queria no Montijo, mas viu as suas pretensões frustradas pela falta de parecer positivo de todos os municípios envolvidos, levando a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) a chumbar a localização prevista.

O governante tem ainda a seu cargo o Programa de Investimentos na Expansão e Modernização da Rede Ferroviária Nacional "Ferrovia 2020", com um investimento global na ordem de 700 milhões de euros.

Pedro Nuno Santos tem também por resolver o futuro da Groundforce, empresa de 'handling' (assistência em terra nos aeroportos), declarada insolvente em 2021, num processo em que se bateu pessoalmente, em representação da TAP, que é acionista minoritária e principal cliente.

Os credores, grande parte trabalhadores da Groundforce, aprovaram a recuperação da empresa, cujo plano está a ser elaborado.

Natural de São João da Madeira, distrito de Aveiro, Pedro Nuno Santos, 44 anos, é licenciado em Economia pelo ISEG, instituição da Universidade Técnica de Lisboa na qual foi presidente da Mesa da RGA (Reunião Geral de Alunos).

Iniciou a sua atividade política na JS aos 14 anos e, entre 2004 a 2008, foi secretário-geral desta organização de juventude, período em que esteve empenhado, primeiro, na legalização da Interrupção Voluntária da Gravidez e, depois, na consagração em lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Entrou no parlamento em 2005, tendo sido deputado na X e na XII legislaturas, após um breve intervalo para ajudar na gestão da Tecmacal, na capital do calçado, ao lado da irmã e do pai.

Em 2015, António Costa escolheu-o para secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares onde teve a missão de fazer a 'ponte' das negociações entre o Governo e os parceiros políticos da 'geringonça'.

Em fevereiro de 2019, António Costa chamou-o para assumir o Ministério das Infraestruturas, ocupando a vaga deixada por Pedro Marques, que encabeçou as listas do partido para as eleições Europeias. Esta mudança de cadeiras foi acompanhada por uma alteração nas áreas tuteladas por este ministério: deixou de ter o Planeamento (e a gestão dos fundos comunitários), mas passou a ter a Habitação, fórmula que agora se repete na nova orgânica do Governo.

Nos primeiros meses do XXI Governo Constitucional em que esteve à frente do Ministério das Infraestruturas da Habitação, Pedro Nuno Santos enfrentou duas greves de motoristas de transportes pesados -- a primeira das quais causaria problemas no abastecimento de combustíveis.

Em ambas as ocasiões empenhou-se em manter abertas as vias de diálogo entre sindicatos e empregadores e em criar condições para que fosse possível chegar a acordo.

Ao longo dos últimos anos, Pedro Nuno Santos foi colocado no grupo dos chamados "jovens turcos" - designação nascida na blogosfera e corredores de São Bento por associação ao histórico coletivo que lutou por reformar a administração do Império Otomano -, juntamente com João Galamba e com os ex-líderes da JS Duarte Cordeiro e Pedro Delgado Alves.

Leia Também: Ana Gomes elogia Pedro Nuno Santos e diz que desmontou propostas do PSD

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