Diretor da Agência Internacional de Energia terá mandato focado no clima
O diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, foi reconduzido para um novo mandato que terá como desígnio a luta contra as alterações climáticas, anunciou esta sexta-feira a instituição.
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Economia AIE
O economista turco, que ocupa o cargo desde setembro de 2015, cumprirá um terceiro mandato de quatro anos a partir de setembro de 2023.
Esta recondução, decidida por unanimidade pelo Conselho de Governadores da agência que tem sede em Paris, surge num momento-chave, segundo a AIE.
"Dará [ao diretor executivo] um forte apoio para liderar uma nova era para a AIE", destaca a instituição em comunicado.
A AIE, que desde a sua criação se tem centrado na segurança energética dos países desenvolvidos, viu a sua missão oficialmente ser alargada esta semana, para a procura da neutralidade carbónica face às alterações climáticas, após a reunião anual dos Estados-membros.
Entre as novas diretrizes, a AIE irá também acompanhar a questão dos recursos em metais e minerais, estratégicos para o fabrico de equipamentos de energia livre de carbono.
Esta agência, que é uma ramificação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), foi fundada em 1974, após a crise do petróleo, com o objetivo de garantir a segurança energética dos países desenvolvidos e, desde então, ampliou a sua missão insistindo na transição energética.
Com Fatih Birol, a instituição impressionou ao elaborar um cenário para a neutralidade carbónica, divulgado na primavera de 2021, onde apelou ao abandono imediato de qualquer novo projeto de exploração de combustíveis fósseis (petróleo, gás ou carvão).
Sobre o conflito na Ucrânia em curso, os 31 países da Agência Internacional de Energia (AIE) comprometeram-se na quarta-feira a "reduzir radicalmente" as importações de gás e petróleo russos e consideram que a crise energética atual deve servir para acelerar a transição para energias limpas.
Também esta semana a AIE pediu que se concilie a segurança do abastecimento e a transição energética, para que os objetivos climáticos não se tornem "uma nova vítima da agressão russa" na Ucrânia.
"É vital que os Governos garantam que as luzes permaneçam acesas, mas isso não significa que podemos interromper os nossos esforços para combater as mudanças climáticas", disse Fatih Birol.
As emissões de dióxido de carbono (CO2) do setor energético voltaram a subir no ano passado, atingindo o seu nível mais alto de sempre, devido à recuperação económica global e ao aumento do uso de carvão, segundo dados divulgados no início de março.
Desde a invasão russa da Ucrânia, os países ocidentais também estão preocupados com a segurança do seu abastecimento de energia, correndo o risco de colocar os objetivos climáticos em segundo plano, uma vez que alguns estão a ponderar voltar ou reforçar a produção a carvão, por exemplo.
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