Embora tenha surgido em 2016 com uma plataforma de revenda de manuais escolares usados (Book in Loop), numa parceria com o grupo Sonae, a decisão governamental, tomada em 2019, de passar a oferecer manuais novos aos alunos, obrigou a 'startup' tecnológica a alterar o modelo de negócio e investir em novas áreas.
"Comemoramos o terceiro aniversário e não o quinto, porque só nos passámos a chamar The Loop há três anos, precisamente num momento transformacional. Foram anos de absoluta transformação. Começámos com a plataforma de manuais escolares e hoje somos mais de 100 pessoas a trabalhar nas mais variadas áreas, mantendo muito foco na sustentabilidade e na economia circular, naturalmente, no 'e-commerce' [comércio eletrónico] e na capacidade de investigação e desenvolvimento, na qual investimos desde início, mas que começa agora a dar frutos", disse hoje à agência Lusa João Bernardo Parreira, administrador executivo (CEO) da The Loop Co.
Segundo o administrador, para os próximos três anos a empresa irá "duplicar a equipa e atingir as 200 pessoas", bem como duplicar a faturação, que, no final de 2021, se cifrou nos 3,5 milhões de euros.
"E queremos continuar a investir, não só em Portugal, mas também em Coimbra, que é onde todos os fundadores estudaram, onde está a nossa equipa de engenharia e onde hoje inauguramos mais um escritório, aqui na baixa da cidade, na Praça do Comércio", indicou.
Para os próximos três anos, a The Loop Co. pretende "acima de tudo" consolidar as áreas de negócio onde opera.
Para além da Sonae ou de produtos como o Baby Loop -- uma aplicação que permite a venda 'online' de equipamento usado para bebés e crianças -- a empresa possui parcerias e clientes onde se incluem nomes grandes da indústria, comércio, serviços e entidades diversas, a nível nacional, europeu e mundial, como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Agência Espacial Europeia, a plataforma de venda de bilhetes para espetáculos Ticketline, os grupos Vodafone e Carlsberg, a Exxon Mobil e cerca de 20 municípios portugueses, entre muitos outros.
"Acreditamos que construímos as bases para agora, em cima destes vetores [economia circular, comércio eletrónico e investigação e desenvolvimento] construir, consolidar e continuar a crescer. A economia circular é uma das áreas de futuro e nós queremos ser um 'player' de referência nessa área da sustentabilidade", frisou João Bernardo Parreira.
Aos 24 anos e com uma formação em Direito "incompleta", o administrador executivo lembrou os tempos do projeto de troca de manuais escolares, há cerca de cinco anos, assumindo que "jamais, em tempo algum", antecipou que a empresa "tomasse a dimensão" que tem hoje.
"Mas estou felicíssimo com isso", declarou.
Embora referindo que não existe segredo algum para o sucesso da The Loop Co., se este existisse "seria a consistência".
"Todos os 'overnight sucess' [sucessos do dia para a noite] tiveram anos de noites sem dormir", exclamou João Bernardo Parreira, para quem um dia típico ao leme da empresa é acordar sem saber o que vai fazer.
"Essa é parte do encanto, a certeza de que vai ser incerto, ou seja, a certeza de que todos os dias vão aparecer desafios novos, desafios diferentes, problemas diferentes. Eu tenho a função estratégica, mas também a de bombeiro, sou CEO e o bombeiro, que quando acontece um fogo vai lá", ilustrou, garantindo que o cargo de administrador-executivo não lhe sobe à cabeça.
"De maneira nenhuma, ainda agora estive aqui a limpar coisas para a inauguração do escritório", sublinhou.
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