Frente Comum insiste em aumentos e recusa "falsa tese" sobre inflação
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública voltou hoje a exigir um aumento geral dos salários em 90 euros, recusando a "falsa tese" de que uma atualização pode contribuir para o agravamento da inflação.
© Lusa
Economia OE2022
A posição da estrutura sindical da CGTP consta de um comunicado em reação à proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) entregue na quarta-feira no parlamento pelo Governo, no qual o executivo mantém a atualização salarial de 0,9% dos salários da administração pública.
"Sem prejuízo de uma análise mais profunda à proposta de OE2022, que tornaremos pública brevemente, a Frente Comum reafirma a exigência de um aumento geral dos salários para os trabalhadores da Administração Pública", pode ler-se no comunicado.
Para a estrutura liderada por Sebastião Santana, "perante o quadro atual de agravamento da inflação, a que se soma mais de uma década de perda de poder de compra", a reivindicação de um "aumento geral e imediato dos salários em 90 euros ganha ainda maior importância e centralidade".
A Frente Comum diz que rejeita "veementemente o caminho de desvalorização salarial que tem ocorrido na Administração Pública e a falsa tese de que qualquer atualização poderá contribuir para o aumento da inflação" e afirma que vai continuar a "mobilizar os trabalhadores para a luta".
O ministro das Finanças, Fernando Medina, voltou a afastar na quarta-feira à noite, em entrevista à RTP, aumentos salariais intercalares dos funcionários públicos em 2022 para fazer face à escalada dos preços, defendendo que essa decisão poderia agravar a inflação.
Também durante a conferência de imprensa de apresentação da proposta de OE2022, quando questionado sobre a possibilidade de aumentos salariais, o ministro das Finanças considerou que "seria um erro de grandes dimensões" alimentar a inflação através de "um motor interno".
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