"Fazemos questão de vir aqui reafirmar, entre outras medidas, o necessário aumento dos salários para todos os trabalhadores da função pública, a valorização das carreiras e o reforço dos serviços públicos. É por isso que estamos aqui, é por isso que vamos entregar ao senhor primeiro-ministro a nossa proposta reivindicativa comum", afirmou o coordenador da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Sebastião Santana, à comunicação social, junto da Residência Oficial do primeiro-ministro.
As reivindicações reforçadas hoje pelo sindicato já tinham sido apresentadas por várias vezes, incluindo nas negociações anteriores à apresentação da primeira proposta do Orçamento do Estado para 2022, ainda no ano passado.
Desde então, o panorama político mudou, tendo o Partido Socialista alcançado a maioria absoluta nas eleições de janeiro. Para Sebastião Santana, com estas condições, o executivo "só não resolve os problemas se não quiser".
O responsável acredita que as reivindicações pedidas podem ser cumpridas ainda este ano, mesmo com o Orçamento do Estado aprovado, tendo dado o exemplo dos apoios aos privados com o aumento do salário mínimo.
"É uma exigência nossa. Face ao aumento do custo de vida que se verifica hoje, não se pode resolver no ano que vem, tem de ser resolvida este ano", disse, recordando que tal como com "os apoios que foram atribuídos ao setor privado ainda no início deste ano com a subida do salário mínimo, não é preciso haver Orçamento do Estado para haver medidas de extraordinárias".
Para a reunião com a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que se realiza esta tarde, espera que as matérias "sejam agendadas para negociação".
Entre as várias medidas reivindicadas pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública estão, entre outras, o aumento geral dos salários em 90 euros, a correção da Tabela Remuneratória Única e o descongelamento efetivo das promoções e das progressões nas posições remuneratórias.
As três estruturas sindicais da administração pública reúnem-se hoje, pela primeira vez, com a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e com a secretária de Estado Inês Ramires, para definirem as matérias prioritárias para a negociação.
A reunião acontece uma semana depois da entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) no parlamento e na ordem de trabalhos constam a apresentação da nova equipa governamental e a audição dos sindicatos sobre as matérias negociais a priorizar.
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), entretanto, ouvido, afirmou que o Governo manteve a atualização salarial de 0,9% decidida pelo anterior executivo, apesar da subida da inflação.
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