Dos 410 mil euros atribuídos a António Ramalho 372 mil euros foram pagos e 38 mil euros têm pagamento diferido.
No total, os membros do Conselho de Administração Executivo receberam 2,04 milhões de euros (valor total e diferido), indicou o banco.
Ainda segundo o relatório e contas, no ano de 2021 foi atribuída remuneração variável no valor de 1,6 milhões de euros aos membros do Conselho de Administração Executivo, sendo esta condicional, ou seja, está "sujeita à verificação de condições diversas". O relatório não detalha quanto caberá a cada administrador executivo.
Segundo o banco, "este prémio teve como base o desempenho individual e coletivo de cada membro, avaliado pelo Comité de Remunerações. Esta atribuição não deu origem a direitos adquiridos e nenhum pagamento foi realizado a estes membros, estando a mesma sujeita à verificação das condições previstas na Política de Remunerações".
No relatório, o Novo Banco ressalvou que "estes valores foram totalmente diferidos" e que "não haverá pagamentos até o final do Período de Reestruturação e, posteriormente, até às datas previstas".
Além disso, indicou, "as parcelas desta Remuneração Variável não constituem direitos adquiridos até após o final do Período de Reestruturação ou até à verificação das condições e diferimentos previstos na Política de Remunerações e estão sujeitas aos mecanismos de ajustamento de risco previstos na Política de Remuneração".
Já os membros do Conselho Geral e de Supervisão receberam 1,1 milhões de euros (pago e diferido).
No dia 31 de março, o Novo Banco anunciou que António Ramalho vai sair da presidência executiva do Novo Banco em agosto.
De acordo com o banco, António Ramalho "comunicou hoje [31 de março] ao Conselho Geral e de Supervisão a sua intenção de deixar as funções executivas que atualmente desempenha em agosto e apoiar o processo de transição para o seu sucessor".
Antes disso, em 09 de março, o presidente do Novo Banco admitiu uma nova disputa em tribunal arbitral com o Fundo de Resolução sobre a injeção de capital pedida, de 209 milhões de euros, afirmando que cabe à administração fazer o necessário para cumprir o acordado.
Entre os pontos em disputa poderá estar o valor de dois milhões de euros de bónus referentes 2019 dos membros do Conselho de Administração executivo (que o FdR se recusou transferir).
Segundo Ramalho, na questão dos bónus, os "administradores consideram que não devem colocar esse assunto", mas admitiu que a posição do banco pode mudar "se houvesse orientação diferente por parte da Comissão de Remunerações".
O Novo Banco foi criado em agosto de 2014, na resolução do Banco Espírito Santo (BES).
No âmbito da venda de 75% do Novo Banco à Lone Star em 2017 foi feito um acordo de capitalização. Então, o Fundo de Resolução comprometeu-se a, até 2026, cobrir perdas com ativos 'tóxicos' com que o Novo Banco ficou do BES até 3.890 milhões de euros.
Desde então, a cada ano, as injeções de capital do Fundo de Resolução no Novo Banco têm provocado polémica.
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