"Em 26 de abril de 2022, a Gazprom informou a PGNiG da sua intenção de suspender completamente as entregas sob o contrato do [gasoduto] Yamal [...] em 27 de abril", adiantou, em comunicado, a petrolífera polaca, notando que o país está a preparado para obter gás a partir de outras fontes.
Conforme noticiou a agência espanhola EFE, esta decisão prende-se com o facto de a empresa polaca se ter recusado a fazer o pagamento das importações em rublos (moeda da Rússia), exigência que tinha sido imposta por Moscovo.
A PGNiG defendeu que a suspensão do fornecimento de gás é uma "violação contratual", garantindo que vai tomar as medidas necessárias para "restabelecer a entrega de gás natural nas condições definidas".
Segundo o portal de notícias Onet, nos últimos dias, já se verificou uma "redução significativa no fornecimento de gás" por parte da Rússia.
No final de março, o Presidente Russo, Vladimir Putin, tinha afirmado que os clientes estrangeiros da Gazprom, "hostis à Federação Russa", deveriam pagar o gás importado em rublos, mas a maioria dos países da União Europeia, incluindo a Polónia e a Alemanha, não aceitou essa exigência.
Também hoje, antes de ser conhecida a suspensão, a ministra polaca do Clima e do Ambiente, Anna Moskwa, assegurou que a Polónia dispõe das "reservas de gás necessárias" para garantir a segurança de abastecimento do país.
Através de uma publicação na rede social Twitter, Moskwa sublinhou que a Polónia não depende da energia russa há vários anos.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, ainda de acordo com a organização.
[Notícia atualizada às 20h05]
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