"A EMEL tem vários turnos de trabalhadores durante o dia e ainda não tem dados definitivos disponíveis [16:25], muito embora os dados nos apontem para uma adesão inferior a 30% (a empresa tem neste momento 786 trabalhadores), mantendo-se assim a empresa em funcionamento, com perturbações pontuais", referiu a EMEL, numa nota enviada à Lusa.
Na origem da greve de hoje, de 24 horas, está a reivindicação de aumentos salariais.
Na nota, a empresa dá conta de ter fechado "esta semana uma revisão do acordo de empresa com o Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo (SITESE), num esforço para ir ao encontro das pretensões dos trabalhadores, nomeadamente na atualização de todos os níveis salariais constantes da tabela salarial em 25 euros".
Segundo a EMEL, esta atualização "representa um aumento médio de 2,48%" e foi acordada ainda "a subida do subsídio de turno em 5% para os trabalhadores que regularmente pratiquem o turno da madrugada".
No entanto, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) manteve a paralisação de hoje, uma vez que não chegou a qualquer acordo.
Contestando a falta de resposta por parte da empresa e da Câmara Municipal de Lisboa (única acionista), foi decidida uma paralisação, com piquetes à porta das instalações dos serviços localizados na Rua Sanches Coelho e no acesso ao parque subterrâneo do Marquês de Pombal.
"Até agora, a empresa apresentou-nos uma proposta de aumento de salário de 20 euros [em resposta] a uma proposta de 90 euros, sendo que começou com 10, continuando-se a escudar num conjunto de dificuldades que não existem", explicou Ana Pires, do CESP, em declarações à Lusa esta manhã.
Segundo a sindicalista, os resultados apresentados ao longo dos anos pela empresa, que são públicos, podem ser "considerados milionários" e têm "trazido um encaixe financeiro à câmara municipal, sua única acionista e proprietária, de grande monta, mas há sempre dificuldades quando chega ao momento de valorizar os trabalhadores".
"Dizem que estão esgotados na mesa de negociações, mas apresentam um plano de atividades e orçamento que diz que já ultrapassaram os níveis de 2019, portanto, todos os problemas conjunturais da pandemia desapareceram e os níveis já estão a superar os de 2019", salientou a representante.
De acordo com Ana Pires, os aumentos dos salários tornaram-se "uma emergência nacional", sendo "justos e necessários".
"Aqui os trabalhadores estão a dizer isso tudo - é possível. Sentem-se enganados com este posicionamento da empresa e da Câmara Municipal de Lisboa", disse, salientando que, mesmo com todos os alertas que têm vindo a entregar, a posição da autarquia "ou é de silenciar ou de apoiar a administração".
"Os trabalhadores aqui estão com uma grande manifestação de força a dizer que rejeitam na totalidade aumentos miseráveis", sublinhou, recordando que, no ano passado, o CESP também não chegou a acordo sobre um aumento salarial -- os números da EMEL na altura eram "ainda mais baixos do que aquilo que propõe agora".
Além de aumentos salariais, os trabalhadores reivindicam a atribuição de diuturnidades no valor de 40 euros, o aumento do subsídio de penosidade no valor de 80 euros, o aumento do subsídio de refeição no valor de 8,5 euros e ainda um aumento do subsídio de turno.
Os trabalhadores reivindicam, por outro lado, 25 dias úteis de férias e dispensa no dia de aniversário.
Tanto na parte da manhã, como no segundo turno, ao início da tarde, o CESP referiu à Lusa que a adesão rondava "mais de 90%".
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