Ucrânia: Gás de África não serve como alternativa à Rússia para a UE

A analista da Control Risks que segue as economias lusófonas disse hoje à Lusa que a ideia de o conflito na Ucrânia servir de catapulta para o setor gasista africano é exagerada devido aos desafios existentes na região.

Notícia

© shutterstock

Lusa
11/05/2022 10:51 ‧ 11/05/2022 por Lusa

Economia

Analista

 

"Ver este último desenvolvimento geopolítico entre a Rússia e o Ocidente como uma oportunidade para o gás da África subsaariana se catapultar para o palco mundial é subestimar os desafios existentes e exagerar a capacidade para [os países] os ultrapassarem", disse Marisa Lourenço, em declarações à Lusa.

Em causa está a tentativa dos países ocidentais de diversificarem as compras de gás à Rússia, e a perspetiva de que os países africanos produtores de gás podem ser uma alternativa viável.

"Os países europeus vão certamente continuar a explorar as possibilidades de compras aos maiores produtores africano de gás, mas isto vai ser feito principalmente através de acordos casuísticos, e não uma mudança sísmica", disse Marisa Lourenço.

De acordo com a analista, "o recente debate sobre as sanções à exportação de gás da Rússia mostrou que as nações europeias dificilmente vão virar as costas ao gás russo, por isso a África subsaariana é apenas uma parte do puzzle".

A Rússia é a principal fornecedora de gás à Europa, representando 32% das compras dos países europeus, contra 8% da Nigéria, por exemplo, que é maior produtor de gás e petróleo na África subsaariana.

A principal dificuldade, afirmou Marisa Lourenço, é que "apesar de alguns países poderem ajudar a diversificação, o impacto só será visível dentro de dois ou três anos, porque o estado de desenvolvimento do mercado é ainda pouco maturo, o que significa que os produtores não estão preparados para aumentar a produção em grande escala, a que se juntam os altos riscos operacionais".

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar provocou já a morte de mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Quem pode responder às necessidades energéticas da UE? Angola

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas