O executivo comunitário propõe o estabelecimento de 'vias de solidariedade', apelando, entre outras medidas, aos operadores da União Europeia (UE) "para disponibilizarem urgentemente veículos adicionais", como camiões e navios, comprometendo-se, por seu lado, a criar uma "logística de parcerias", segundo um comunicado.
A fim de corresponder à procura e oferta e estabelecer os contactos necessários, a Comissão irá criar uma logística de parcerias e pedir aos Estados-membros que designem pontos de contactos específicos para as 'vias de solidariedade'.
Por outro lado, Bruxelas apela às autoridades nacionais para que apliquem "máxima flexibilidade" e acelerem os procedimentos nos pontos de passagem na fronteira.
Segundo dados de Bruxelas, apesar dos esforços imediatos da UE e dos seus Estados-membros para facilitar a passagem das fronteiras entre a Ucrânia e a UE, milhares de vagões e camiões estão à espera de autorização do lado ucraniano.
A Comissão Europeia quer, com esta proposta, garantir que a Ucrânia possa exportar cereais, mas também importar os bens de que necessita, desde a ajuda humanitária até alimentos para animais e fertilizantes.
A situação resultante da invasão russa, sustenta o executivo comunitário, "está a ameaçar a segurança alimentar global e há uma necessidade urgente de estabelecer rotas logísticas alternativas utilizando todos os meios de transporte relevantes.
Em circunstâncias normais, 75% dos cereais produzidos na Ucrânia são exportados, gerando 20% de receitas, sendo que 90% do comércio de cereais e óleos alimentares era feito através dos portos ucranianos no Mar Negro.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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