"Coesão territorial é um imperativo", defende Marcelo

O Presidente da República considerou hoje que a "coesão territorial é um imperativo", mas defendeu que deve ser gerida "com inteligência", para evitar "o ressuscitar de querelas e debates de outros tempos".

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© MIGUEL RIOPA/AFP via Getty Images

Lusa
14/05/2022 20:43 ‧ 14/05/2022 por Lusa

Economia

Regionalização

"A coesão territorial é um imperativo. Tem que ser politicamente gerida com inteligência, para não criar um problema em vez de resolver um problema. A pior coisa que poderia haver era haver o ressuscitar de querelas e debates de outros tempos, não aproveitava a ninguém: nem à execução do Plano de Recuperação e Resiliência [PRR], nem à execução do Portugal 2030, nem à descentralização na sua efetiva dimensão", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República falava no encontro "Portugal XXI: País de futuro", que decorreu hoje na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, também com a participação da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, do vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, e do presidente do Portugal XXI, Hugo Nogueira.

O chefe de Estado considerou que "a sociedade portuguesa está muito assimétrica, é evidente, e está assimétrica entre as várias regiões e dentro das várias regiões".

Além da coesão territorial, Marcelo Rebelo de Sousa abordou também a coesão social, afirmando que, nesse aspeto, "os desafios passam por haver um crescimento económico sustentado, que vá criando condições para diminuir os riscos de pobreza, os riscos de precariedade, e os riscos de exclusão".

"Há, de facto, o problema de como enfrentar, de uma maneira também o mais consensual possível, essa questão", reconheceu.

O Presidente da República salientou que "numa sociedade envelhecida em que não é por acaso que há uma coincidência entre o envelhecido e o pobre, tudo isso puxa para trás e frustra muito aqueles que, mais jovens, querem andar para a frente, e pode criar uma clivagem geracional que é indesejável".

Marcelo considerou que o desafio demográfico será um dos "difíceis de vencer até 2030", sublinhando que "pode começar a travar-se a evolução", mas "não dá tempo" para "inverter sustentavelmente a evolução" de envelhecimento da sociedade portuguesa.

No que se refere às qualificações, o chefe de Estado considerou que o país pode "ir mais longe, e o Plano de Recuperação e Resiliência pode dar uma ajuda, e o Portugal 2030 pode dar uma ajuda".

"Não passa só por aí, é preciso mais do que isso. Porquê? Porque (...) a disputa nas qualificações é com os outros, que estão também a melhorar a ritmo acelerado, cada vez mais acelerado", frisou.

"Portanto, temos de acelerar o ritmo nas qualificações todas: isto significa a educação, significa o contributo da cultura, significa a ciência, a inovação e, sobretudo, no terreno", acrescentou.

Leia Também: Marcelo diz que Portugal é "beneficiário líquido" da guerra na Ucrânia

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