No seguimento dos desenvolvimentos mais recentes em torno da Euribor, a DECO alertou, esta quarta-feira, para a subida desta taxa, que está na base do preço e das taxas de juros de diferentes instrumentos e produtos financeiros da zona euro. A associação de defesa do consumidor recomenda, por isso, prevenção.
"A Euribor tem, pois, uma importância fundamental para a estabilidade do sistema financeiro europeu, estando na base de milhares de milhões de contratos europeus. Atualmente nos empréstimos para habitação a taxa Euribor a 12 meses é a mais utilizada, mas a Euribor a 6 meses é historicamente a mais aplicada", indica a DECO.
Como é que a Euribor poderá afetar o crédito à habitação dos portugueses? De acordo com a associação, "não sendo embora o Banco Central Europeu (BCE) a definir a Euribor, um eventual aumento nas taxas diretoras, ou seja, nas taxas de juro que o BCE pratica nos empréstimos à banca comercial, poderá implicar um incremento da Euribor. E se a Euribor subir, isso terá impacto na prestação do crédito habitação de inúmeras famílias".
"A maioria dos empréstimos à habitação em Portugal tem taxa de juro variável indexada à Euribor, pelo que essa prestação irá subir para muitas famílias e por isso deverão avaliar o seu eventual impacto no orçamento familiar", recomenda a DECO.
O que fazer para se proteger da subida da Euribor?
A associação lembra que a Euribor "tem estado em terreno negativo nos últimos seis anos", mas as "previsões mais recentes indicam que poderá subir até ao fim de 2022 para 0,50% e para 0,90% em 2023".
Por este motivo, a DECO recomenda que as famílias devem estar preparadas para acomodar no seu orçamento eventuais subidas da Euribor e deixa as seguintes recomendações para quem tem crédito à habitação com taxa variável:
- Comece por verificar no extrato mensal que recebe do banco se o seu crédito habitação tem taxa de juro variável indexada à Euribor. A taxa de juro do crédito habitação, a TAEG, resulta do somatório da Euribor (a 3, 6 ou 12 meses) e do spread (lucro do banco). Consulte o mercado e verifique qual o spread que está a ser praticado. Se tiver um spread elevado negoceie com o banco para o tentar baixar.
- Calcule a taxa de esforço, ou seja, o peso dos créditos no seu rendimento líquido. Deverá ser preferencialmente inferior e 35%. Se ultrapassar pode ser um sinal de alerta e deve tentar renegociar os seus créditos.
- Confirme quantos anos faltam para acabar de pagar o seu crédito à habitação. Se faltarem poucos anos pode não valer a pena fazer alterações.
- Faça uma pesquisa de mercado, peça simulação a outros bancos para a possibilidade de transferências do seu crédito habitação e compare. Com o 'seu' banco esta negociação pode ser mais difícil. Peça a FINE – Ficha de Informação Normalizada e compare a TAEG – Taxa Anual Efetiva Global e o MTIC – Montante Total Imputado ao consumidor. Quanto mais baixos forem, menos pagará.
Por fim, a DECO recomenda que "tendo a taxa variável do crédito deverá, desde já, criar um fundo de reserva que lhe permita acomodar futura subida da Euribor, sem percalços".
"Caso tenha algumas poupanças (ou um PPR) equacione a possibilidade de efetuar uma amortização parcial do empréstimo, embora tenha custos associados (exceto numa situação de desemprego ou de deslocação por razões profissionais). Se tiver outros créditos e uma eventual subida da Euribor colocar risco de incumprimento, tente antecipadamente renegociar os seus empréstimos com os credores e promover uma solução satisfatória conjuntamente, o que está aliás previsto na lei", recomenda ainda a associação.
Para mais informações consulte aqui o artigo da DECO sobre o tema.
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