Na "declaração de Santander", hoje aprovada em assembleia, a federação (FAPE, na sigla em espanhol) expressa ainda a sua rejeição "às conferências de imprensa sem perguntas, aos vetos ao acesso à informação, aos insultos e agressões a jornalistas, à exigência de juízes para que o jornalista revele as suas fontes e às denúncias abusivas de partidos e empresas para impedir investigações jornalísticas".
A FAPE alerta no documento para a precariedade laboral no setor e reclama medidas para melhorar as condições de trabalho e os salários dos jornalistas, que são "indignos em muitos casos".
"Proclamamos que o bom jornalismo é garantido pela lealdade aos cidadãos, pela procura desinteressada da verdade para esclarecer os factos que se querem ocultar, pela separação de opinião e informação, pelo controlo independente dos poderes para lhes exigir a prestação de contas e pelo respeito dos direitos dos outros", acrescenta a declaração.
Segundo a Federação de Associações de Jornalistas de Espanha, a comemorar 100 anos, "não têm lugar no futuro da imprensa a desinformação, o entrincheiramento partidário, a disseminação de mentiras e discursos de ódio, insultos e difamações, desonestidade no tratamento da informação e o abandono do jornalismo como serviço público essencial para o colocar ao serviço de interesses particulares".
O novo presidente da FAPE, Miguel Ángel Noceda, que hoje assumiu funções, advertiu que a precariedade voltou a ser "um dos flagelos do jornalismo", assinalando que a passagem dos jornais do suporte de papel para o digital com a crise económica, seguida da pandemia de covid-19, levou a "uma queda drástica da publicidade" que conduziu a reajustes de pessoal, cortes salariais e a uma redução da independência.
A estas circunstâncias se juntam, na opinião de Miguel Ángel Noceda, as más práticas derivadas da proliferação dos meios digitais e do abuso das redes sociais.
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