Ir ao supermercado está mais caro, uma vez que os preços dos bens alimentares - e não só - foram impulsionados pela guerra na Ucrânia. Afinal, o que motiva este acréscimo dos preços?
"O problema é histórico: Portugal está altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno. Atualmente, estes representam apenas 3,5% da produção agrícola nacional — sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%)", explica a DECO Proteste.
Acresce ainda que, "se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o país a importar cerca de 80% dos cereais que consome".
"A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um setor há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks", explica a DECO Proteste.
A associação explica ainda que a limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, em particular da energia, podem "estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal".
Relativamente ao peixe, "a subida dos preços poderá estar a refletir o aumento dos preços dos combustíveis, que tem um elevado impacto na indústria da pesca".
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